Segundo o LinkedIn, quase metade dos profissionais (49%) afirmam que a pandemia afetou negativamente a confiança no trabalho e uma das explicações é a síndrome do impostor. No Brasil, 43% dos respondentes dizem que não sentem que são bons o bastante em suas funções, número superior ao encontrado em países como Itália (34%), França (36%), México (38%), Alemanha (39%) e Espanha (41%).
No estudo, realizado em dezembro de 2021 pelo Linkedln, foram ouvidos mais de mil entrevistados que apresentam como principais motivos para essa insatisfação a busca por melhores salários e a necessidade de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Essa sensação parece ser mesmo mais comum do que se gostaria de acreditar. A professora do curso de psicologia da Estácio e especialista em orientação profissional, Elza Lobosque, explica que a “síndrome do impostor” é uma sensação recorrente na maioria dos profissionais “pessoas que apresentam essa questão, tendem a achar que as suas vitórias e suas conquistas se devem mais a um ato de sorte do que da própria capacidade. Desta forma, é comum que as pessoas sintam muita insegurança e medo de que os outros percebam. Mas, tudo isso na verdade não passa de uma realidade que é criada”, destaca.
A especialista aponta que, seja para quem ainda está iniciando uma trajetória profissional ou para quem já atua no mercado de trabalho, só existe uma alternativa: Identificar os seus pontos fracos. Este é o primeiro e mais importante desafio para qualquer profissional. Se essa identificação não for feita de maneira correta, Elza explica que pode acontecer a autossabotagem.
“A pessoa pode se limitar e impedir o seu próprio crescimento. Então, por exemplo, no caso de uma oportunidade de promoção na empresa, ela vai estar com tanto medo e desacreditando tanto na sua potencialidade que ela vai acreditar que é uma fraude, ou seja, que não é possível a ela ocupar esse espaço. É comum que o profissional nessa situação fuja de novos desafios na carreira e se abstenha, por exemplo, de uma recolocação dentro da própria empresa”.
A psicóloga destaca ainda a presença de crescente necessidade de aprovação alheia e de procrastinação para quem sofre dessa síndrome.
Elza orienta que o primeiro passo para ganhar o mercado é acreditar em si mesmo é investir em autoconhecimento e valorizar as nossas qualidade “o autoconhecimento não vai servir só para ela reconhecer suas qualidades, mas também para perceber os seus pontos a serem aperfeiçoados. O que vai nos diferenciar é querer melhorar constantemente, investir em capacitação e confiar em si mesmo”.
A psicóloga ressalta que a orientação profissional é importante em vários momentos da nossa vida porque nós não estamos cristalizados.
“Hoje você pode ter uma formação superior ou uma formação técnica em determinada área. Fazer uma pós-graduação ou cursos de extensão em outras áreas e agregando, ao seu currículo e abrindo várias frentes e possibilidades de trabalho dentro das suas características de personalidade”, diz.
Quando procurar um especialista?
Apesar de não ser necessariamente uma doença, a síndrome do impostor pode trazer sérios danos à saúde mental. Por isso, a professora destaca que a importância de contar com a ajuda de um profissional é essencial para tratar as consequências negativas que surgiram no seu equilíbrio emocional e psicológico. Portanto, se o problema persistir, é necessário procurar um especialista que poderá avaliar se a pessoa está sofrendo com a síndrome do impostor.