Por Juscimar Ribeiro
Histórias precisam ser sempre relembradas. Apesar de darem nomes a ruas, avenidas, museus, prédios, parques e outras placas importantes espalhadas pela cidade, muitas vezes nos perguntamos: quem foi este homem ou esta mulher?
Aliás, faça esse exercício sempre, e avance fundo na pesquisa. Vai descobrir, muitas vezes, que aquela placa faz parte de algo muito maior – da nossa formação como cultura, sociedade e humanidade. Cada nome espalhado nos representa, é uma célula da nossa história.
Quero aproveitar para trazer neste artigo, uma breve lembrança a um grande nome de Goiás – que merece sua atenção e pesquisa. Zoroastro Artiaga. Este nome, para a maioria que em nosso Estado nasceu ou reside, já foi percebido ou até lido, mas a sua história é maior, é maiúscula. Zoroastro faz parte de um capítulo interessante da nossa cultura e sociedade, com grande influência em esferas importantes da cultura, história, empreendedorismo e educação em Goiás.
Vamos, em poucas linhas, traçar uma cronologia que valida essa hipótese. Zoroastro foi empreendedor, dono de jornal em várias cidades de Goiás nas primeiras décadas do período republicano. Aliás, nasceu em Itaberaí (antes, Curralinho), em 1891, meses depois da primeira constituição republicana do País ser promulgada. Além de jornalista, foi professor, historiador e geógrafo – de grande contribuição para a Educação – principalmente nesta fase precária de formação da estrutura educacional.
Já atuava influente na antiga capital, antes da fundação e transferência para Goiânia, onde participou da criação, nos anos 1930, das associações comerciais da antiga e da nova capital – as primeiras associações de empresários do Estado.
Formou-se em Direito, atuou como jornalista, especializou em geologia, mineralogia, paleontologia, história natural, estatística, geografia, economia, entre outros.
O primeiro Museu do Estado de Goiás, criado nos anos 1940, tem Zoroastro Artiaga e uma trupe de pensadores e estudiosos a frente. Tanto que Zoroastro comanda o museu nos seus primeiros anos (1946-1957). Nos anos 1970, o equipamento muda de nome e passa a se chamar: Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (Muza) – mantendo o seu legado institucional, de preservar um acervo diverso da Região Centro-Oeste, suas riquezas naturais e história. Dar nome ao museu é também valorizar e preservar a história de um homem que muito fez pelos Estudos do Estado.
Hoje, o Muza recebe quase 20 mil pessoas ano e, com certeza, a maior parte dos goianos não conhece. Compensa conhecer, recomendo, pois parte da nossa formação como sociedade, como povo e nossa identidade está ali. Proponha a amigos, filhos e neto essa agenda. Precisamos contar, conhecer, entender e ter orgulho da nossa história. A identidade dos goianos, de nascimento e de coração, está ali.
Sobre Zoroastro, cabe ainda destacar, que este intelectual de grande porte ainda teve influência e atuação em outras instituições, como fundador de instituições como a Associação Goiana de Imprensa (AGI) e a Seção Goiás da União Brasileira de Escritores (UBE). Registra que também presidiu o valioso Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) e honrada Academia Goiana de Letras (AGL).
Cada um pode dar um pouco para zelar e divulgar, preservar e construir a memória da nossa terra e nosso povo. Conhecer é o primeiro passo. Participe desta valorização, levante e ande.
Juscimar Ribeiro
Advogado especialista em direito administrativo e direito constitucional; presidente do instituto de direito administrativo de Goiás-Idag; conselheiro do instituto brasileiro de direito administrativo- IBDA.
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