Brasília Empresas (DF) – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira de 1,2% para 0,9%. A previsão foi divulgada na última semana no Informe Conjuntural do 1º trimestre de 2022.
A CNI estima também um recuo de 0,2% para a indústria neste ano. Caso esse cenário se confirme, será a sétima vez em 10 anos que o Produto Interno Bruto (PIB) industrial encolhe. A previsão anterior era de crescimento de 0,5%.
Dois motivos que corroboram para esse pessimismo econômico são a guerra na Ucrânia e a variante Ômicron, que interrompeu a retoma econômica chinesa, causando problemas na produção e na logística do país. Além disso, a perda de renda real do consumidor brasileiro também dificulta o consumo de bens de consumo duráveis, como automóveis e eletroeletrônicos.
Esses fatores podem provocar uma queda de 2% na indústria de transformação. O setor caiu 3,4% em 2020 e cresceu 4,5% em 2021.
Por outro lado, a indústria extrativa, que compreende a exploração de minério de ferro e a extração de petróleo, tem expectativa de crescer 2% neste ano. O resultado deve ser puxado pela alta dos preços de commodities, como o próprio petróleo, e a guerra na Europa. Os dois fatores devem ter um efeito positivo na balança comercial brasileira.
Apesar disso, o aumento nos preços do frete e as dificuldades logísticas decorrentes de sanções comerciais devem, para a CNI, ser desafios para o setor.
A inflação está prevista para terminar em 6,3% em 2022, com um desemprego de 12,9%, queda frente aos 13,2% de 2021, e próximo aos 11,9% de 2019, pré-pandemia. O pessimismo ainda acomete o resultado nominal do setor público, que deve encerrar em déficit de R$ 601,9 bilhões, ou 5,97% do PIB. Em 2021, esse número era de R$353,1 bilhões, 6,28% do Produto Interno Bruto.