Vivemos hoje em um mundo da Era Trump II, “a vingança”. Esta Era será dominada por um mundo egoísta; um mundo onde os valores cristãos não são mais respeitados; um mundo que entende que a natureza é infinita, que se danem as preocupações com ela; um mundo do pós verdade (o desconhecimento e a distorção da história tornaram-se fundamentais à manutenção da dominação e exploração); um mundo do ódio, da vingança; um mundo da supremacia branca, rica e heterossexual; um mundo racista, xenófobo, aporofóbico, machista e misógino; um mundo onde não há limites de conquistas geográficas nem no planeta terra e nem em outros planetas; um mundo sem solidariedade e sem amor ao próximo, por fim, um mundo marcado, carimbado e registrado pela idiossubjetivação.
Segundo Rubens Casara (2024), no seu livro A Construção do Idiota, ele conceitua a idiossubjetivação:
“A idiossubjetivação compreende o processo de formatação de sujeitos que tem por objetivo a construção de indivíduos egoistas, incapazes de reconhecer a importância da coletividade e que negam a possibilidade de uma esfera comum, isto é, que diga respeito a todos”.
O Brasil viveu esse período também e ainda carrega muitos resquícios. Infelizmente a sociedade norte americana, pela segunda vez, escolheu viver novamente esse momento da história da humanidade.
Rubens Casara (2024) contextualiza de forma brilhante, intelectualmente, esse período:
“Em um quadro de empobrecimento subjetivo e de valorização econômica da ignorância correlato à demonização da educação, da cultura e do pensamento reflexivo (percebidos como atividades degeneradas e ideológicas), cada vez mais pessoas recorrem a uma linguagem empobrecida, bem como a slogans argumentativos, frases feitas, jargões, análises superficiais, perspectivas binárias, rótulos e construções gramaticalmente pobres (sujeito-verbo-complemento), com objetivo de contar com a adesão e a simpatia dos interlocutores”.
Percebemos essa consequência no seio familiar, no ambiente empresarial, no ambiente social, onde a intolerância, a ignorância e a soberba sobressaem nas discussões políticas, esportivas e até religiosas. O pensar na sociedade transformou-se no pensar individual, a pessoa é a mais importante.
A Era pós verdade foi implantada de forma a conduzir os indivíduos a desacreditarem na história, nos dados científicos, o exemplo maior ocorreu essa semana na posse do Trump, onde com todas as letras ele citou que os Estados Unidos da América derrotaram o nazismo na 2ª. guerra mundial, quando na verdade a maior derrota dos nazistas ocorreu na União Soviética, a principal responsável pela derrota de Hitler.
Mais uma vez o autor Rubens Casara (2024) é cirúrgico:
“Em meio ao “vale tudo” argumentativo, no qual a opinião despida de reflexão pode ter o mesmo valor que o conhecimento embasado em dados concretos ou produzidos a partir de pesquisas, cada vez mais pessoas passaram a acreditar no que deveria ser ilógico, contraditório ou equivocado à luz do conhecimento e dos saberes até então produzidos. Investiu-se ainda mais na alienação das pessoas, o que as faz, muitas vezes, defender posições contrárias aos seus próprios interesses”.
Por fim, o autor resumo o conceito do título do seu livro:
“Idiotas são as pessoas que abdicam de projetos coletivos ou de ações políticas voltadas ao bem comum, porque são detentoras de uma subjetividade empobrecida que interdita o pensamento reflexivo e que as leva a atuar exclusivamente visando a obtenção de vantagens pessoais”.
Por alguns anos, com a pandemia do Covid-19, se pensou que o mundo mudaria, seria mais humano, seria mais solidário, até que enquanto durou a pandemia, ações de solidariedade, de amor ao próximo foram vistas no mundo todo, porém, o pós pandemia voltou-se para o momento pré pandemia e agora agrava-se com a posse do novo presidente dos Estados Unidos da América.
O pior de tudo no mundo que outras nações acompanharão as ações e atitudes do Trump. E no Brasil?
O Brasil ainda ressente da presença da direita extremista que tem todas as características citadas pelo autor Rubens Casara, e para piorar, essa direita extremista tem conseguido manipular, principalmente os evangélicos pertencentes a classe mais baixa, através de fake news, mesmo que essa manipulação contrarie essas pessoas manipuladas. O sociólogo Jessé Souza apresenta através de entrevistas no seu livro “O Pobre da Direita” que as pessoas são tão manipuladas que você se depara com negros racistas, com nordestinos xenófobos e com pobres aporofóbicos. O sistema de manipulação é tão grande, tão articulado, que a direita extremista, a fascista, capta para o seu lado pessoas que acabam tendo atitudes até contra elas mesmos.
Cabe a nós, seres humanos, cristãos, solidários e com amor ao próximo combater arduamente essa direita extremista através de discussões, respostas às fake news e com ações de amor. O importante ou tão importante pensarmos em nós mesmos, é pensarmos no próximo, na coletividade.
Precisamos acreditar sempre na verdade, na ciência, na história e principalmente no amor e nos valores cristãos.
Marcos Freitas Pereira
Natural de São Paulo, acumula mais de 40 anos de experiência no mercado. Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças e economista. Fundador e atual sócio da AM Investimentos e Participações que investe em clínicas médicas, turismo, gastronomia e lazer e entretenimento. Foi também fundador da WAM Brasil maior comercializadora de multipropriedade turismo imobiliário do mundo.
_______
LEITORES ESTRATÉGICOS
Participem do canal STG NEWS – o portal de notícias sobre estratégia, negócios e carreira da Região Centro-Oeste: https://x.gd/O20wi