Prédios e mais prédios surgiram nos bairros mais tradicionais de Goiânia. Nas demais regiões, houve uma expansão de loteamentos e condomínios horizontais. Tudo isso para abrigar uma população que aumenta em ritmo acelerado. Chegando aos 89 anos, a capital de Goiás já possui o título de 10ª cidade mais populosa do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O último Atlas do Censo Demográfico, editado em 2010, aponta que Goiânia é a segunda capital que mais atrai migrantes no País – só perde para Brasília.
O administrador de empresas, Francisco de Paula, foi desses migrantes que escolheu a terra do pequi para “ancorar de vez seu barco”. Sendo mineiro, veio para cá em razão de seu casamento, e aqui chegando se deparou com oportunidades que extrapolaram sua atuação profissional na época, a de consultor empresarial. “Embora estivesse muito bem na minha carreira, eu vi a cidade crescendo para todos os lados e, percebendo esse cenário, acabei migrando para o mercado imobiliário”, conta ele, que se tornou também corretor de imóveis e, atualmente, é diretor da URBS Trend.
Ele observa que a cidade tem economia pujante e tem se tornado referência não apenas em qualidade de vida, mas também em serviços, como é o caso do segmento de saúde. A capital atrai pacientes de todos estados do Centro-Oeste e grande parte do norte do País, indo até o Acre, segundo estudo com base em dados do Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Goiânia também é referência em turismo de negócios e eventos. Segundo o Observatório do Turismo do Estado de Goiás/Goiás, no ano de 2019, anterior à pandemia, a cidade recebeu a visita de mais de 2 milhões de turistas. O volume está sendo retomado agora com a estabilização da Covid-19.
Para abraçar todo esse público, a produção imobiliária vem aumentando, observa Francisco. “A cidade vem ganhando imóveis tanto para atender quem aqui quer viver quanto quem está de passagem”, observa. Ele cita dados da última pesquisa realizada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-GO) para demonstrar o crescimento: em 2021, a capital encerrou o ano com o maior volume de lançamentos e vendas da última década: 10.942 apartamentos no ano, um aumento de 39% sobre 2020.
Os novos projetos também estão tornando a cidade mais bonita, salienta Francisco. Os edifícios têm fachadas cada vez mais autorais e elegantes, criando assim um cenário urbano estéticamente agradável. Já existem projetos desenvolvidos por nomes de relevância nacional, como os arquitetos Carlos Rossi, Arthur Casas, a incorporadora Emoções, que tem como sócio o cantor Roberto Carlos. “Goiânia sai assim de uma regionalidade e passa a se tornar uma cidade global do ponto de vista da arquitetura”, comenta.
São fatores, diz o especialista, que têm agregado valor aos espaços da capital. Segundo o último levantamento realizado pelo Índice FipeZap+, Goiânia alcançou em 2022 [até julho], a maior valorização entre as capitais pesquisadas. Neste período, a variação foi de 12,95% nos preços dos imóveis, enquanto a média nacional bateu apenas 3,50%. Foi a maior valorização da capital desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2015.
Tanto glamour pode assustar na hora de colocar a mão no bolso, mas a boa notícia é que a jovem Goiânia ainda se mantém no patamar de ter um dos metros quadrados mais baratos entre as capitais brasileiras. A mesma pesquisa apontou que a cidade goiana possui o quinto menor preço de metro quadrado entre as 16 capitais pesquisadas.
“Isso é fruto da idade de nossa cidade que ainda não chegou a um século de existência, tempo muito pequeno perto de outros centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Por sermos uma cidade jovem, ainda temos áreas em localizações próximas e essa disponibilidade [grande oferta] gera um metro quadrado mais atrativo para o consumidor. Estamos então em uma bela cidade, com excelente qualidade de vida e moradia acessível. São motivos para comemorar neste 24 de outubro”, celebra o especialista.