Os contribuintes brasileiros pagaram, em 2022, a marca de R$ 2,89 trilhões em impostos, de acordo com o Impostômetro, painel instalado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na região central da capital paulista. Com esse valor, seria possível receber um salário mínimo por 318.441 anos ou receber 50 salários mínimos por 63.703 anos.
O montante foi arrecadado pelos governos federal, estadual e municipal incluindo taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária. Em 2021, o mesmo painel registrou aproximadamente R$ 2,6 trilhões. O aumento entre um ano e outro, portanto, foi de 11,5%.
De acordo com a avaliação do economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, o avanço em 2022 deu-se pela maior arrecadação de tributos federais, apesar das desonerações promovidas pelo governo, como foi o caso dos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.
“Adicionalmente, ainda, tivemos inflação em níveis elevados, o que encarece produtos e serviços”, afirma.
Reforma tributária
Ruiz de Gamboa defende a realização de reformas estruturais para reduzir o peso dos impostos. “A nossa carga tributária continua sendo elevada para os padrões de um país emergente. A reforma administrativa e a contenção dos gastos públicos são alguns dos caminhos para diminuir o peso dos impostos”, sugere o economista.