A trading e processadora de grãos norte-americana Bunge e a Viterra estão se fundindo para criar uma gigante do agronegócio avaliada em aproximadamente US$ 34 bilhões (incluindo dívida). O anúncio foi feito pelas empresas na última semana, em um acordo que deve seguir para uma análise regulatória rigorosa.
Pelos termos do acordo, aprovado por unanimidade pelos conselhos de administração da Bunge e da Viterra, os acionistas da Viterra devem receber aproximadamente 65,6 milhões de ações da Bunge, com valor agregado de aproximadamente US$ 6,2 bilhões e aproximadamente US$ 2 bilhões em dinheiro.
Assim, o volume representa uma combinação de aproximadamente 75% de ações da Bunge e 25% de dinheiro. Como parte da transação, a Bunge assumirá US$ 9,8 bilhões da dívida da Viterra, que está associada a aproximadamente US$ 9 bilhões de estoques altamente líquidos e prontamente negociáveis. Além disso, a Bunge planeja recomprar US$ 2 bilhões em ações para aumentar a valorização do lucro por ação (LPA) ajustado, ajustes feitos para dar uma visão mais realista dos lucros da empresa.
A Bunge pretende iniciar as recompras o mais rápido possível, sujeita às condições de mercado e às regras da SEC sobre restrições comerciais, e espera concluir o plano de recompra em até 18 meses após o fechamento da transação. Os acionistas da Viterra deteriam 30% da empresa combinada em uma base totalmente diluída no fechamento da transação e aproximadamente 33% após a conclusão do plano de recompra.
Bunge e Viterra no Brasil
Em 2022, a Bunge foi a principal exportadora de milho e soja do Brasil, além de ter sido a principal exportadora de matérias-primas para ração animal e biocombustíveis, de acordo com a Cargonave. Já a Viterra foi a terceira maior exportadora de milho e a sétima maior exportadora de soja.
Dessa forma, as empresas representaram cerca de 23,7% das exportações brasileiras de milho em 2022 e 20,9% das exportações brasileiras de soja.
Nos Estados Unidos, o negócio de compra e venda de grãos da Viterra se expandiu com a aquisição da Gavilon no ano passado. A fusão aumentaria os negócios de exportação de grãos e processamento de oleaginosas da Bunge no segundo maior exportador mundial de milho e soja, onde tem uma presença menor do que a ADM e a Cargill. O acordo coloca a Bunge mais próxima em escala global de suas principais concorrentes, Archer-Daniels-Midland e Cargill.