Por Leo Moreira
A confirmação da etapa brasileira do MotoGP em Goiânia a partir de 2026 não é apenas uma conquista esportiva — é uma poderosa alavanca econômica para Goiás. A competição internacional, considerada a Fórmula 1 das motos, retorna ao Brasil após mais de duas décadas e será realizada no Autódromo Internacional Ayrton Senna, com um público estimado de mais de 150 mil pessoas ao longo do fim de semana.
Segundo estudo do Instituto Mauro Borges (IMB), o MotoGP deve injetar mais de R$ 868 milhões na economia goiana, com cerca de R$ 130 milhões de arrecadação direta em tributos como ICMS e ISS. A expectativa é que o gasto médio por visitante gire em torno de R$ 3.180, abrangendo ingressos, hospedagem, transporte, alimentação e lazer.
O Governo de Goiás anunciou um investimento de aproximadamente R$ 55 milhões para a modernização do autódromo. O objetivo é adequar a estrutura aos rígidos padrões da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), o que inclui intervenções no traçado, segurança, boxes, acessibilidade e área de imprensa.
O governador Ronaldo Caiado destacou que o evento será “um marco para o turismo e a economia goiana”, lembrando que o retorno sobre o investimento é praticamente imediato: a cada R$ 1 investido, estima-se uma movimentação de R$ 17 na economia local. Além disso, estima-se a geração de 4 mil empregos diretos e indiretos durante os preparativos e realização do evento.
Com milhares de visitantes esperados de outros estados e do exterior, a ocupação hoteleira em Goiânia deve atingir o pico. Cidades vizinhas como Aparecida de Goiânia, Anápolis, Trindade, Caldas Novas e Pirenópolis também devem ser beneficiadas com reservas. Agências de turismo já se mobilizam para oferecer pacotes personalizados, com transporte, hospedagem e experiências VIP no evento.
A cena gastronômica goiana viverá dias de ouro. Restaurantes, food trucks, bares e casas noturnas terão demanda extra durante a semana do evento. Estabelecimentos que se prepararem com cardápios temáticos, horários estendidos e parcerias promocionais com hotéis e organizadores do evento devem colher resultados ainda mais expressivos.
Com o aumento exponencial de pessoas circulando, cresce também a demanda por transporte privado, locadoras de veículos, motoristas de aplicativo e táxis. Empresas de segurança privada já sinalizam incremento nos contratos temporários para reforçar operações em hotéis, eventos paralelos e no próprio autódromo.
Com grande visibilidade nacional e internacional, o MotoGP abrirá espaço para ativações de marca, feiras paralelas, transmissões ao vivo e ações promocionais. Agências de publicidade, produtoras e organizadores de eventos já se posicionam para aproveitar o potencial de mídia e relacionamento gerado pela competição.
O MotoGP não é apenas um evento pontual: ele representa uma nova fase para o turismo de negócios e lazer em Goiás. O calendário da cidade pode ganhar força com outros eventos internacionais, reforçando a vocação de Goiânia como hub de experiências esportivas e culturais. Com planejamento estratégico, o setor de serviços pode transformar esse evento em um ciclo virtuoso de crescimento e inovação.
Leo Moreira
Empresário e professor, mestre em Gestão de RH e inteligência de Negócios, MBA em controladoria e finanças, MBA em Gestão Empresarial, MBA em Gestão Empresarial e Serviços. Cursou técnicas de negociação na Harvard University (EUA) e Gestão de riscos e tomadas de decisões na Chicago University (EUA). Diretor e 1º vice presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Goiás – SEAC-GO.
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