Um estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), apresentado ontem, 15, durante encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Recife, revelou que a pós-graduação no país permanece majoritariamente ocupada por pessoas brancas. Entre 1996 e 2021, 49,5% dos títulos de mestrado e 57,8% dos de doutorado foram concedidos a esse grupo, enquanto negros (pretos e pardos) somaram apenas 20,8% das titulações, e indígenas, menos de 0,3%. Apesar de representarem 55,5% da população brasileira, conforme o Censo 2022, esses grupos enfrentam barreiras estruturais no acesso à educação superior.
A desigualdade se estende ao mercado de trabalho: mestres negros recebem, em média, 13,6% menos que brancos, enquanto a diferença salarial entre doutores chega a 6,4%. Sofia Daher, coordenadora da pesquisa, destacou que “a desvantagem remuneratória reflete iniquidades históricas”. Em 2021, a proporção de mestres brancos era de 38,9 por 100 mil habitantes, contra 21,4 entre pretos e 16 entre indígenas. O levantamento reforça a necessidade de políticas afirmativas para reverter o cenário, que persiste mesmo após a conclusão dos cursos.
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