Rondonópolis Empresas (MT) – O ano mal começou e milhões de brasileiros se depararam com a dimensão do perigo que é ter os dados pessoais compartilhados na internet. Com o vazamento de informações sobre 223 milhões de cidadãos, busca-se agora formas de conviver com as consequências que essa insegurança pode trazer e minimizar possíveis danos.
O assunto “proteção de dados” é recorrente desde que a internet passou a ocupar um espaço cada vez maior na vida das pessoas e tem até um dia comemorativo: 09 de fevereiro, Dia Internacional da Internet Segura.
Ainda não se têm respostas de como os dados de tantas pessoas foram coletados, para quais finalidades, bem como a origem deste vazamento. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) acionou a Polícia Federal, que já investiga o caso, conforme noticiado esta semana pelo G1.
O fato é que não se pode calcular os danos que vazamentos de dados impõem. De acordo com Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), os riscos aos consumidores são inestimáveis e irreversíveis:
“uma vez compartilhadas, não há forma de garantir que essas informações parem de circular e de gerar danos aos titulares. Ou seja, os consumidores brasileiros estão imensamente mais propensos a cair em golpes financeiros com o vazamento”, alertou a instituição.
Por isso, o mais indicado a fazer a partir de agora, para se prevenir, é reforçar o monitoramento de cadastros em lojas, compras em aplicativos, divulgação de dados pessoais em redes sociais, extratos bancários, movimentações no cartão de crédito, rever senhas, entre outros. Também crie o hábito de verificar sempre as informações que contam em boletos e faturas recebidas em casa ou por e-mail.
“Embora a vida on-line tenha se tornado cada vez mais prática, ainda mais em meio a uma pandemia, é preciso ter cautela com a exposição. Neste momento de adaptação e transição para o online, o consumidor, por inexperiência ou distração, pode acessar sites maliciosos, oferecer desnecessariamente dados pessoais e, com isso, cair em golpes”, adverte o secretário adjunto do Procon-MT, Edmundo Taques.
Práticas que fazem a diferença
1- Pesquise sobre o fornecedor, cheque a opinião de clientes, verifique o CNPJ e sua reputação;
2- Verifique as medidas de segurança de dados oferecidas pela loja virtual;
3- Não permita que o site armazene seus dados para compras futuras;
4- À vista, opte por boleto, pois os descontos são maiores e são exigidos menos dados;
5- Use computador próprio ou de alguém de sua confiança;
6- Evite redes abertas de wi-fi e computadores públicos para comprar pela Internet;
7- Ative a verificação em duas etapas em aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais, e-mails;
8- Redobre os cuidados ao receber links por e-mail, whatsapp, SMS ou via redes sociais, mesmo que o conteúdo tenha sido encaminhado por pessoas conhecidas;
9- Ignore mensagens e e-mails suspeitos. Se tiver alguma dúvida, utilize os canais oficiais de relacionamento com o consumidor;
10- Não repita senhas em contas bancárias diferentes;
11- Se possível, use senhas longas, com números, letras e símbolos
12- Leia a política de privacidade da loja, em que ela informa quais são os dados coletados de seus usuários e como são utilizados pela empresa;
13- Prefira sites que possuem opções de pagamento por plataforma de pagamento garantida. A segurança aumenta, pois a empresa somente receberá o valor pago após a sua confirmação de recebimento do produto. E se algo der errado, você poderá reclamar também contra responsáveis pela plataforma;
14- Dados também podem ser utilizados para golpes por telefone, por isso não confirme seus dados pessoais por ligação telefônica, principalmente se a pessoa se identificar como banco e financeiras. Nesses casos, desligue e ligue para número do banco que consta atrás do seu cartão de crédito. Se estiver usando um telefone fixo, antes faça uma ligação genérica (para algum parente, por exemplo), para garantir que ninguém segurou a linha;
15- Ao comprar de uma loja online, desconfie se o beneficiário da conta ou do boleto bancário for uma pessoa física não vinculada à loja;
16- Verifique regularmente sua fatura de cartão de crédito, saldo e extrato bancário e aplicações;
17- Não divulgue em redes sociais e outros ambientes públicos seus dados pessoais como número de cartão, CPF, dados bancários (inclusive o PIX) ;
18- Não deixe salvo informações restritas, como o código de segurança do seu cartão, em sites de compra;
19- Para compras pela internet, utilize a versão virtual do seu cartão de crédito;
20- Exija a nota fiscal.
Decidiu comprar on-line? Sempre verifique.
- Se o valor do produto está correto;
- Se o desconto foi aplicado antes de finalizar o pagamento, caso o site tenha disponibilizado algum desconto;
- Se o endereço de entrega está correto e completo;
- Se adicionou a forma correta de pagamento.
Bônus
Baixe a cartilha Internet com Responsa: Vai às compras – cuidados e responsabilidades no uso da internet. No final, respondendo o quiz, você pode conferir se tem usado a internet de forma segura.
Confira as dicas do Idec
Conheça o canal no YouTube do projeto Cidadão na Rede, uma iniciativa Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
Reclamações on-line
Pelo site é possível registrar sua reclamação a qualquer hora do dia ou da noite, mesmo nos finais de semana e feriados. A plataforma reúne mais de 800 empresas e, atualmente, 80% das reclamações registradas no site são solucionadas pelos fornecedores.