Por Marcos Freitas
17 de Dezembro de 2025
Ao se aproximar o final de 2025, o cenário político brasileiro começa a ser desenhado com contornos cada vez mais nítidos para a disputa presidencial de 2026. Em uma análise que combina indicadores socioeconômicos robustos e a mais recente fotografia do eleitorado, emerge uma conclusão enfática: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não apenas é um candidato viável, mas se posiciona como o franco favorito para conquistar um quarto mandato. A tese, antes uma convicção de seus apoiadores, agora encontra forte respaldo em dados que conectam as ações de seu terceiro governo a uma melhora tangível na vida da população e, consequentemente, em sua percepção eleitoral.
O próprio presidente, em recente balanço, utilizou a metáfora do plantio para descrever os dois primeiros anos de seu governo, projetando 2026 como o “ano da verdade”, o período da colheita. Os dados indicam que essa colheita pode ser farta. Uma análise aprofundada do balanço governamental, divulgado pela Fundação Perseu Abramo, e o cruzamento com a pesquisa Genial/Quaest de dezembro de 2025 revelam uma poderosa convergência entre as entregas do governo e as expectativas da população, pavimentando um caminho sólido para a reeleição.
A Virada Econômica e seu Reflexo nas Urnas
A economia, frequentemente o principal fiador de eleições, parece jogar a favor do incumbente. O governo encerra 2025 com uma série de indicadores positivos que dialogam diretamente com o bem-estar do cidadão. O Brasil atingiu o menor índice de desemprego da série histórica, a maior massa salarial já registrada e um crescimento do PIB que, após marcar 3,4% em 2024, continuou em expansão. A inflação, grande vilã do poder de compra, foi mantida sob controle, fechando o ano em 4,36%, dentro da meta estabelecida.
Esses números macroeconômicos não permaneceram como estatísticas distantes. A pesquisa Quaest demonstra que a população sente a melhora no bolso e no dia a dia. A percepção de que a economia melhorou nos últimos 12 meses cresceu, enquanto a visão de piora diminuiu significativamente. Mais importante ainda, a sensação de que está mais fácil conseguir um emprego aumentou cinco pontos percentuais em apenas um mês, com 44% dos entrevistados compartilhando dessa visão otimista. Essa correlação direta entre a política econômica e a percepção popular é um dos mais fortes trunfos de Lula para 2026.
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Indicador Econômico (Governo) |
Percepção Popular (Quaest) |
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Menor desemprego da história |
44% acham que está mais fácil conseguir emprego |
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Inflação controlada (4,36%) |
44% acreditam que a economia vai melhorar |
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Crescimento do PIB (3,4% em 2024) |
Percepção de piora econômica caiu de 43% para 38% |
Justiça Social como Moeda Eleitoral
Paralelamente à recuperação econômica, o governo apostou em uma agenda de forte impacto social, cujos resultados também são notáveis. A saída oficial do Brasil do Mapa da Fome da ONU, com 33 milhões de pessoas superando a insegurança alimentar grave, e a queda da extrema pobreza para menos de 5% da população são marcos civilizatórios com profundo apelo eleitoral.
Políticas como a reestruturação do Bolsa Família, que demonstrou ser uma ferramenta de mobilidade social ao invés de dependência, e a ousada reforma do Imposto de Renda, que isentou 25 milhões de brasileiros de menor renda, reforçam a narrativa de um governo que atua para a maioria. A pesquisa Quaest capta essa ressonância, especialmente no aumento da aprovação de Lula entre os católicos, segmento sensível às pautas sociais, onde a aprovação saltou para 54%.
O Veredito da Pesquisa Quaest: Lula na Liderança Absoluta
Se os indicadores socioeconômicos constroem a fundação, a pesquisa Quaest ergue as paredes do favoritismo de Lula. O levantamento é categórico: o presidente venceria todos os seus principais adversários da direita em um eventual segundo turno, mantendo uma vantagem confortável de 10 a 12 pontos percentuais.
Em um confronto direto com Flávio Bolsonaro (PL), ungido como herdeiro do bolsonarismo, Lula venceria por 46% a 36%. Contra os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD), Ronaldo Caiado (União) e Romeu Zema (Novo), a vantagem se mantém sólida, variando entre 10 e 12 pontos.
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Cenário 2º Turno (Quaest) |
Lula (PT) |
Adversário |
Vantagem Lula |
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vs. Flávio Bolsonaro (PL) |
46% |
36% |
10 pontos |
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vs. Tarcísio de Freitas (Republicanos) |
45% |
35% |
10 pontos |
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vs. Ratinho Júnior (PSD) |
45% |
35% |
10 pontos |
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vs. Romeu Zema (Novo) |
45% |
33% |
12 pontos |
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vs. Ronaldo Caiado (União) |
44% |
33% |
11 pontos |
A pesquisa também expõe a fragilidade da oposição. A escolha de Flávio Bolsonaro é reprovada por 54% dos eleitores, e 62% afirmam que não votariam no senador para presidente. A direita se mostra fragmentada, sem um nome que consiga unificar o campo e ameaçar a hegemonia de Lula.
Conclusão: Um Cenário de Alta Probabilidade
Apesar de uma taxa de desaprovação que ainda inspira cautela (49%) e de uma parcela da população que preferiria um novo nome (55%), a tendência é favorável ao presidente. A melhora na percepção econômica e o aumento do número de eleitores que defendem sua candidatura (de 38% para 43% em um mês) são vetores poderosos.
O cenário para 2026, portanto, se desenha com uma probabilidade elevada de vitória para Luiz Inácio Lula da Silva. A combinação de uma gestão com entregas concretas na economia e no social, aliada a uma oposição dividida e sem um candidato competitivo, cria as condições ideais para a “colheita” de um histórico quarto mandato. A política, como se sabe, é dinâmica, mas ao apagar das luzes de 2025, todos os caminhos parecem levar à recondução de Lula ao Palácio do Planalto.
Marcos Freitas
Natural de São Paulo, acumula mais de 40 anos de experiência no mercado. Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças e economista. Fundador e atual sócio da AM Investimentos e Participações que investe em clínicas médicas, turismo, gastronomia e lazer e entretenimento. Foi também fundador da WAM Brasil maior comercializadora de multipropriedade turismo imobiliário do mundo.
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