Rondonópolis Empresas (MT) – Uma história que começou como a de tantos outros agricultores brasileiros: juntando todas as economias um jovem produtor compra uma fazenda e inicia um cultivo para lhe gerar renda. Na trajetória da Boa Safra Sementes, o jovem em questão era Neri Colpo — que há mais de 40 anos decidiu produzir sementes de soja. Mas o desenvolvimento da empresa nos últimos anos está longe de ser comum.
Desde que o administrador Marino Colpo, filho de Neri, assumiu os negócios, em 2009, a Boa Safra Sementes saiu de um faturamento de R$ 32 milhões para quase R$ 600 milhões, em 2020.
“A minha ideia era trabalhar com trading de grãos, só que quando eu comecei a organizar a empresa, eu vi que o melhor negócio que tínhamos, em termos de múltiplos e oportunidades, era o negócio de sementes”, conta Marino sobre sua experiência ao assumir os negócios, em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo.
A Boa Safra atua no início da cadeia produtiva de um dos setores de maior crescimento do agronegócio brasileiro: o cultivo de soja. Ela licencia o material genético da semente (germoplasma) com multinacionais (como Syngenta, Bayer e BASF) e possui cerca de 160 produtores integrados que realizam o cultivo e a produção da semente matriz.
Após a colheita, a semente é levada para uma das fábricas da Boa Safra (suas Unidades de Beneficiamento de Sementes) para o processamento, secagem e tratamento industrial para aumentar sua qualidade. Posteriormente, as sementes são vendidas para produtores e lojas agropecuárias.
Hoje, a Boa Safra vende suas sementes em onze estados e tem 6% de participação desse mercado. Apesar de o Brasil já ser o maior produtor de soja do mundo, Marino acredita que o mercado ainda terá grande expansão nos próximos anos.
“A cadeia de soja cresce cerca de 6,3% ao ano no Brasil e o nosso setor em específico, que é o de insumos, é o que mais cresce dentro da cadeia de soja. Ele cresce em média 8,1% ao ano. O Brasil tem uma vantagem competitiva muito grande e a demanda por soja continua crescendo no mundo”, afirma.
Um IPO do agronegócio
Com o rápido crescimento dos últimos anos, a Boa Safra se prepara agora para abrir seu capital na Bolsa — o que pode se tornar um ainda raro caso de empresa agro no mercado financeiro brasileiro.
A oferta 100% primária (quando todos os recursos captados vão para o caixa da companhia) deve servir para investimento em novas fábricas — hoje são três — e para adquirir concorrentes. A companhia atualmente tem contratos assinados para analisar seis concorrentes.
“A meta é transformar o plano que tínhamos para os próximos dez anos e executá-lo em cinco”, afirma Marino.
A companhia protocolou seu prospecto para IPO na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em outubro do ano passado e, após adiar a captação incialmente prevista para o fim de 2020, planeja retomar o processo em março. Confira a história completa da empresa no podcast.
Sobre o Do Zero ao Topo – O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio. O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgard Corona, da rede Smart Fit.