Por Fabiana Accioly
O Sindilojas, fundado há mais de 70 anos, ultrapassa a representatividade de 28 mil empresas no Estado de Goiás, conforme informação do Presidente Eduardo Gomes, porém, suas ações são bastantes para, realmente, atenderem os anseios de seus Associados? Com essa atual diretoria, a resposta, infelizmente, é negativa. A atual administração mantém as portas do Sindicato fechadas e faz ouvidos moucos para os reais interesses de seus Associados, pois, esquece que Sindicatos são criados por e para os Associados e em proveito destes, não existindo um sem o outro.
Os empresários do Estado de Goiás, vivenciando uma incerteza sem precedentes em razão da pandemia, não têm respaldo da atual diretoria para, sequer, conseguirem uma Convenção de Coletiva de Trabalho – CCT que, de fato, proteja as relações jurídicas existentes entre elas e seus empregados. Um gestão atuante em prol dos verdadeiros interesses de seus Associados pugna pelo fortalecimento das relações jurídicas retro mencionadas, a produção e a circulação de riquezas.
Ocorre, não obstante, que, na contramão de seu mister, a diretoria, com olhos para poucos, não se preocupa em ouvir e atender as pretensões da maioria de seus Associados, se mantendo de forma alheia aos interesses destes, mas todas as decisões tomadas por aqueles representantes impactam diretamente no aumento das despesas para os empresários.
Só para exemplificar a situação hodierna e comprovar a omissão e a conduta seletiva desta diretoria, a Convenção Coletiva de Trabalho – CCT está sendo negociada por intermédio do Ministério do Trabalho, sem previsão concreta para sua aprovação, e sem que seus Associados possam, efetiva e amplamente, participar das negociações. Diferentemente do que fora dito em recente entrevista pelo Presidente do Sindilojas, não se trata apenas de um pequeno grupo de três empresários indignados que batem à sua porta, mas, sim, quase 100 (cem) Associados que buscam, constantemente, o Sindicato almejando melhorias em prol do coletivo.
Os atos da diretoria atual revelam, para indignação de muitos, que estes têm apenas o dever de arcar com as contribuições sindicais. Apesar da manifestação de vários Associados, esta diretoria não entende ou faz questão de não entender que a participação ativa de empresários goianos dentro deste Sindicato é de extrema importância para a categoria e para o próprio fortalecimento deste. Os Associados clamam por participarem ativamente junto ao Sindicato e em proveito dos empresários goianos.
Os lojistas, diante de um Sindicato grande e renomado, mas de uma gestão pequena e de uma pandemia gigante, se perguntam o que fazer diante desta situação. Inúmeras ideias de melhorias foram apresentadas por este grupo que, à partir da inércia da atual diretoria, decidiu que concorreria às eleições para próxima gestão. Novamente, se decepcionaram. O Estatuto impedia que o lojista associado tivesse o direito de se candidatar, imputando inúmeras exigências que não tinham como ser cumpridas, restringindo os cargos para menos de meia dúzia de Associados que fazem parte da diretoria há anos.
A diretoria mantivera as portas fechadas para que os lojistas não tivessem o direito de se candidatarem, pautados por cláusulas do Estatuto e omissão do Presidente e demais membros, os Associados se viram obrigados a convocarem uma Assembleia e alterar as cláusulas do Estatuto que deliberam sobre as eleições, hoje permitindo que todo Associado com mais de seis meses de casa possa ser um candidato.
O Presidente do Sindicato se posicionou, mas não para dar boas-vindas aos Associados que pretendem se candidatar, a quem tem boas ideias para nova gestão, a quem almeja disponibilizar seu tempo em prol dos lojistas, que sabe o que os lojistas precisam, pois, estão ativos no dia-a-dia do comércio, mas, sim para amedrontá-los com notificações extrajudiciais, noticiando que eles sofriam demandas judiciais, como de fato estão sofrendo, pois fora noticiado a propositura de uma ação judicial na tentativa de impedir os lojistas de alterarem o Estatuto Social de forma que tenham o direito de participarem do pleito eleitoral, afastando a democracia e se agarrando à ditadura.
Este comportamento, pelo histórico da diretoria, é corriqueiro. Quando um Associado se viu obrigado a pleitear uma liminar para trabalhar no feriado, se deparou como parte adversa o Sindilojas, que se manifestou, judicialmente, descontente com a conquista do empresário e pleiteou a revogação da liminar. Os Associados, há anos, buscam um equilíbrio nesta relação, porém, nunca existiu qualquer esforço por parte da diretoria em atendê-los. Diante desta realidade, os Associados foram obrigados a buscar meios para participar.
Com este cenário que os Associados têm vivenciado, orientamos que participem de forma assídua do Sindicato que representa sua empresa. Faça sua parte não somente pagando sua contribuição sindical, mas, também, participando ativamente em busca de qualidade de uma gestão com resultados satisfatórios ao empresariado goiano, pois gestões passam e o Sindicato permanece. A união e a inovação trazem o crescimento por um Sindicato mais forte e valorizado em prol da coletividade.
Finalmente, a diretoria do Sindilojas deve saber que os Associados são parceiros e não concorrentes. Nesse sentido, o Sindicato deverá abrir suas portas para que os empresários goianos participem, ativamente, das decisões sindicais em prol da categoria, a fim de que se consiga o crescimento e fortalecimento de todos.
Fabiana Accioly
Advogada, sócia da Accioly e Moraes Advogados Associados, pós graduada em direito empresarial, especialista em direito civil, empresarial, condominial, consumerista e trabalhista.