Campo Grande Empresas (MS) – Um em cada cinco empresários sentem dificuldades em encontrar mão de obra qualificada para a contratação nos ramos de bares e restaurantes, o que corresponde a 20% dos entrevistados abordados pela pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Aqueles cargos com melhores formações e conhecimentos são os com maior falta de profissionais qualificados, como é o caso da função de cozinheiros, por exemplo, no qual quase metade dos que tentam contratar relataram problemas para encontrar alguém preparado para assumir a função.
Neste ramo, os cargos com maiores dificuldades são cozinheiros, gerentes e chefe. Depois vêm especialistas (como sushiman), garçons e auxiliares de cozinha.
“Este é um fenômeno que deve se intensificar com a retomada. Outros setores também relatam dificuldades parecidas”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
“Muitos trabalhadores demitidos durante a pandemia se mudaram ou encontraram uma nova forma de renda não à toa, o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) cresceu muito nos últimos 18 meses”, continua.
A pesquisa mostra que devido a esse problema, 72% dos estabelecimentos do setor de alimentação trabalham hoje com menor quadro de funcionários em comparação a antes da pandemia.
Desses, 31% pretende contratar ou recontratar novos funcionários nos próximos três meses.
Devido ao encerramento do benefício emergencial disponibilizado pelo Governo Federal, para a suspensão de contratos ou redução de jornada, que ajudou a manter boa parte dos empregos durante a crise, 58% dos entrevistados irão reajustar o seu quadro de funcionários.
Outro problema enfrentado é sobre os pagamentos em atraso, o que dificulta a retomada. Ao todo, 56% dos entrevistados têm vivido essa dificuldade. Dos estabelecimentos respondentes que estão no Simples, cerca de 88%, mais da metade (51%) deve ao menos uma parcela.
“Agora é preciso redobrar os esforços e olhar com atenção para os problemas que podem atravancar a retomada, como a questão das dívidas, principalmente os impostos atrasados”, relatou o presidente da Abrasel.