Por Valdo Marques
A falta de chuvas e o baixo nível dos reservatórios trouxeram de volta, após 91 anos, a pior crise hídrica ao Brasil, impactando diretamente no preço da conta de luz ao consumidor. Esse contexto, somado à escassez de peças e insumos, decorrente do desarranjo logístico mundial (em função da pandemia), causa preocupação ao ecossistema econômico e acende uma luz amarela para toda sociedade.
O acréscimo no valor da energia elétrica será usado para bancar os custos com a maior utilização das usinas termoelétricas, em função da baixa recorde dos reservatórios de água e do risco de um novo desabastecimento no País. Com isso, a bandeira tarifária, uma sobretaxa que é acionada nas contas de luz quando o custo da geração de energia sobe, aumentou de R$ 9,49 para R$ 14,20 em setembro último, para cada 100 kW/h consumidos. Ou seja, um acréscimo de 49,63%.
O temor de um apagão também fez disparar a procura por grupos geradores de energia, nos mais variados setores, como o da construção civil, indústria alimentícia, saúde, tecnologia, condomínios residenciais e agronegócio. Mas a oportunidade de crescimento do segmento de geradores não pode ser confundida com oportunismo, já que um forte pico na demanda, aliado a um eventual racionamento, pode trazer ainda maiores desacertos à cadeia logística, dificultando o efetivo fornecimento das soluções demandadas pelo mercado.
Além disso, a crise traz, potencialmente, um novo fator de frenagem econômica. A indústria de bens de capital, por sua vez, precisa de uma economia ajustada, demandando investimentos constantes, gerando crescimento orgânico continuado, e não apenas pontual.
No primeiro semestre, o segmento de construção civil liderava de forma mais agressiva a busca por grupos geradores. Quando a crise hídrica se agravou, não houve mais distinção de perfil. Todos que precisam de energia passaram a buscar soluções, não havendo grandes discrepâncias na participação de um segmento ou outro. Do residencial à maior indústria. Uma busca linear pela autonomia energética.
O temor da incapacidade na absorção da demanda, em um momento de pico de pedidos, é fator de atenção na geração distribuída. A Stemac, maior especialista nacional na fabricação e comercialização de grupos geradores, tem os maiores players mundiais como aliados estratégicos e trabalha em conjunto para não deixar o problema chegar até o mercado brasileiro, mantendo capacidade de entrega garantida para este ano. De outro lado, uma boa parte dos players desse mercado já esgotou sua capacidade, disponibilizando entregas somente a partir do próximo ano.
Hoje em dia, a possibilidade de garantir autonomia energética é muito acessível. Além da evolução tecnológica, que permite baixas emissões atmosféricas, o nível de ruído é insignificante. O preço e condições de financiamento dos equipamentos, combinados com os benefícios de ‘não parar’ a atividade empresarial e, acima de tudo, garantir a sua segurança pessoal e patrimonial, asseguram uma relação custo x benefício extremamente positiva. Afinal, em mundo tecnológico e interligado, fonte alternativa e segura de energia não é luxo, é necessidade.
Mas é importante que as pessoas também adotem um comportamento consciente e assumam o compromisso de evitar o desperdício de energia, revendo hábitos individuais e coletivos do dia a dia. Além disso, é necessário um amplo debate a respeito de novas fontes de energia para o país. No final do dia, essa é a maneira de enfrentar a crise energética: utilizar a energia de forma eficiente, por meio da conscientização da sociedade, e direcionar investimentos na formatação de uma matriz energética diversificada, limpa e estável, que possa garantir o atendimento ao consumo crescente da população. Só assim será possível projetar um crescimento sustentável no País.
Valdo Marques
Vice-Presidente Executivo da Stemac, empresa que oferece soluções em Grupos Geradores comercial, empresarial e industrial