Campo Grande Empresas (MS) – Foi mais difícil comprar aquela “gelada” no fim de semana? Em bares, supermercados e conveniências de Campo Grande a falta de algumas marcas da bebidas tem chamado atenção de consumidores. São produtos nas versões em lata e/ou vidro, como cervejas e refrigerantes. Conforme comerciantes, a escassez dos itens, que inclusive estão sendo vendidos por preços mais altos, é reflexo da falta de matéria-prima para produção de embalagens.
Este ano, várias indústrias têm sofrido com o desabastecimento de insumos para embalagem, tanto a indústria de plástico, como de alumino. De alumínio, inclusive, a Abrasel identificou ser um problema mundial de desabastecimento que deve normalizar só ano que vem. Com isso, a gente já percebe falta de alguns produtos, como refrigerantes e cerveja em lata”, destaca o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) de Mato Grosso do Sul, Juliano Battistel Kamm Wertheimer.
Mas não são todos os lugares que conseguem segurar o aumento. A diarista Elza Menegão, de 52 anos, afirma ter sentido preços mais altos. “Sou consumidora há muito tempo e notei que subiu o preço nessa época de calor. Antes eu pagava R$ 5 na garrafa e agora estou pagando 6,50”, afirma.
Turismo
No interior do Estado, a falta de bebidas provoca impacto até mesmo em cidades turísticas. Em Bonito, por exemplo, a 257 quilômetros da Capital, cervejas e refrigerantes chegaram a faltar em balneários, conforme o presidente da Abrasel.
“Eles consomem bastante, principalmente nos balneários, produtos enlatados. Isso para não ter risco de quebrar uma garrafa e haver o descarte de vidro na natureza, por isso, o alumínio é mais aconselhado e eles estão sentindo um certo desabastecimento em alguns tipo de produtos”, afirma Luciano.
Para o representante da Abrasel, além da falta de produtos para embalagens, o calor contribui para uma maior procura por bebidas.
“Fim de ano sempre tem demanda redobrada em todo o Brasil e nós que ficamos no interior ficamos desfavorecidos em relação ao litoral”, conclui.
Em setembro, relatório do banco Credit Suisse apontava que o preço da cerveja de algumas marcas teria alta de 5% em comparação com agosto e atribuía à escassez de alumínio e garrafas de vidro retornáveis, segundo informação do Valor Pro, serviço de informação sobre o mercado.