A busca por equilíbrio entre produtividade e bem-estar é prioridade para muitas pessoas, mas nem todas conseguem reconhecer os sinais de alerta quando a saúde mental começa a dar indícios de esgotamento. Para diferenciar o cansaço e sintomas comuns da rotina, com síndromes, a mentora de carreiras Thaís Roque, especialista em Gestão de Negócios, Liderança e Capital Humano pela Universidade de Nova Iorque, Excelência em Serviço no Disney Institute e em Ciência da Felicidade pela Berkeley, explica como as três síndromes afetam o rendimento e a motivação no ambiente de trabalho: Burnout, Boreout e Burn-in – diferentes em origem e sintomas, mas igualmente nocivas se ignoradas.
“Hoje, vivemos em um contexto onde o profissional é incentivado a entregar cada vez mais, sem espaço para pausa, reflexão ou até mesmo sentido. Mas nem todo esgotamento vem do excesso. Às vezes, ele vem da falta”, explica Thaís.
• Burnout: quando o corpo e a mente entram em colapso
Caracterizado por exaustão física e emocional, o Burnout surge do excesso de trabalho, pressão constante e sensação de não dar conta. Os sintomas mais comuns incluem fadiga extrema, irritabilidade, insônia e perda de sentido no que se faz.
Dica da Thaís: “Reveja seus limites. Ter clareza sobre suas prioridades e aprender a dizer não é essencial para prevenir o Burnout. A produtividade não pode ser medida apenas pela entrega, mas também pela saúde com que se entrega”.
• Burn-in: o silêncio antes do colapso
Diferente do Burnout, o Burn-in é uma espécie de “pré-esgotamento” que ainda não explodiu, mas está acumulando. São profissionais que parecem funcionar bem, mas internamente sentem angústia, insatisfação e desconexão profunda com o propósito.
Dica da Thaís: “Ouça os sinais sutis: dores físicas recorrentes, queda de desempenho e cinismo excessivo podem ser alertas. Busque pausas estratégicas e invista em autoconhecimento”.
• Boreout: o tédio que adoece
Menos conhecido, o Boreout vem da falta de desafios. Profissionais subaproveitados, desmotivados ou que sentem que suas tarefas não têm impacto real podem adoecer pela estagnação. Isso leva à desatenção, procrastinação, ansiedade e até depressão.
Dica da Thaís: “Se você sente que está apenas cumprindo tabela, talvez seja hora de propor novos projetos ou buscar movimentações internas. Sentir-se útil é um antídoto poderoso contra o vazio profissional”.
Em todos os casos, procurar ajuda de um especialista em saúde mental é essencial. Thaís reforça que ignorar essas síndromes não as faz desaparecer. “Elas são sintomas de ambientes que precisam ser mais humanos e de profissionais que precisam se lembrar que saúde mental é parte do trabalho, não um luxo. Busque ajuda especializada”, conclui.
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