Palmas Empresas (TO) – O consumo de energia elétrica no Brasil foi recorde em julho, atingindo 39.950 gigawatts/hora (GWh), alta de 5,7% se comparado ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados da Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), publicada no dia 31 de agosto. A indústria foi a maior vilã, fazendo com que o país tenha registrado, na pior crise hídrica da história, o maior consumo de eletricidade para o mês de julho desde 2014, uma elevação de 9,8% na comparação anual.
É claro que o maquinário pesado, essencial para a produção, modelagem e fundição de materiais, e todos os processos de fabricação, dependem de energia fornecida por motores, elétricos em sua maioria, e que demandam grande quantidade de energia para funcionar.
Para reverter este cenário, muitas fábricas estão apostando no Centro de Controle de Motores Inteligentes (CCM), que – graças aos seus dispositivos de partidas integradas inteligentes, proteção e acionamento dos motores de máquinas e equipamentos – é uma solução que promove o uso racional e sustentável dos recursos naturais, e assim serve para a indústria tanto economizar energia elétrica quanto reduzir o consumo de água.
Através do CCM, o conjunto de engrenagens e demais peças é controlado por meio de balanço inteligente de dados e informações externas que podem ser alimentadas nas bases.
Neste processo, estão englobados o inversor de frequência, útil para o controle de velocidade; a soft starter, que intervém na tensão de partida e causa menos impactos no início da operação; os relés inteligentes, sistemas de gerenciamento de motores que contam com alta capacidade de comunicação em rede e nuvem, úteis também para o desligamento seguro dos motores; e os disjuntores, relacionados à energização, sendo possível eliminar desligamentos desnecessários, receber antecipadamente um alarme de problemas potenciais, reduzir o tempo de parada, isolar falhas de modo e distribuir ou equalizar as cargas enquanto o problema está sendo solucionado.
Nas palavras de Renato T. C. Gonçalves, engenheiro eletricista da Schneider Electric, os CCMs, indicados em locais onde há grande número de cargas que devem ser comandadas, são painéis elétricos que possuem equipamentos para proteção, seccionamento e manobra de cargas onde estão conectados os cabos provenientes das cargas.
“Como cada componente é microprocessado, aceitando dados digitais como entrada, saída e processamento, de acordo com as instruções armazenadas em sua memória, ele traz em si mais inovação e sai na frente do que, três décadas atrás, uma empresa inteira fazia”, explica.
Vale lembrar que na primeira revolução industrial, a máquina de vapor inventada por James Watt, em 1769, se estabeleceu como protagonista. Passados mais de dois séculos, a quarta revolução industrial permuta a anterior ainda com mais robustez. Nas palavras de Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, a Indústria 4.0, como também é conhecida, “gera um mundo no que os sistemas de fabricação virtuais e físicos cooperam entre si de uma maneira flexível a nível global”.
Então, hoje, graças à disrupção tecnológica do CCM, está nas mãos das fábricas atingir ou não um novo nível de automação e funcionar de modo cada vez mais autônomo.
Outra vantagem do CCM é que, devido ao processo ser digitalizado, a necessidade de interferência humana é reduzida. Com isso, os riscos para os colaboradores também são menores.
Vale destacar que, de acordo com dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, entre os anos de 2012 e 2018, o Brasil registrou 16.455 mortes e 4.5 milhões de acidentes. No mesmo período, gastos da Previdência com Benefícios Acidentários corresponderam a R$ 79 bilhões.
“Com os sensores e mecanismos do CCM, é possível evitar todos os tipos de acidentes, aumentando a segurança dos funcionários”, finaliza Meneghetto Pio Alberti, gerente comercial da Engerey Painéis Elétricos.