O interesse dos brasileiros por áreas naturais protegidas está em alta. Um levantamento da Bulbe Energia, plataforma de energia renovável, aponta um crescimento de 50% nas buscas pelo termo “unidade de conservação” nos últimos 12 meses, totalizando mais de 1 milhão de pesquisas relacionadas. O estudo também identificou as 15 áreas protegidas que despertam mais interesse entre os brasileiros — e a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, aparece em terceiro lugar, atrás apenas do Parque Estadual da Cantareira (SP) e da Serra da Capivara (PI).
De fato, esse crescimento não se limita às buscas na internet: segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mais de 25,5 milhões de visitas foram registradas em unidades de conservação federais em 2024, um crescimento de 4,9% em relação a 2023 — número que reforça o apetite dos brasileiros por atividades ao ar livre e experiências em meio à natureza.
Essas áreas são regulamentadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), criado pela Lei nº 9.985/2000, e têm o objetivo de conservar ecossistemas, proteger espécies ameaçadas e preservar paisagens, rios e florestas. Entre suas principais categorias, por exemplo, estão os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, as Florestas Nacionais, as Áreas de Proteção Ambiental e as Reservas Extrativistas.
O levantamento da Bulbe Energia considerou todas essas categorias e analisou os volumes de busca associados a nomes específicos de unidades que aparecem nas pesquisas dos brasileiros. A partir desse cruzamento, foi produzido um ranking com as 15 unidades de conservação mais buscadas no último ano, revelando os destinos naturais que mais despertaram o interesse e curiosidade do público. Veja a seguir:

O Estado de São Paulo lidera o ranking, com seis unidades de conservação entre as 15 mais buscadas, representando cerca de 40% do total de pesquisas.
O destaque é o Parque Estadual da Cantareira (Núcleo Pedra Grande), que acumulou mais de 161 mil buscas no último ano. Localizada na zona norte da capital paulista, a área é um dos maiores fragmentos de Mata Atlântica em área urbana do mundo. Abriga espécies como o bugio e a onça-parda, e oferece trilhas, cachoeiras, mirantes e ciclorrotas. Criado em 1963, o local integra a Reserva da Biosfera da Unesco e protege as nascentes que abastecem a cidade.
No Rio, que aparece com três unidades, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos é o mais pesquisado. Conhecido por suas trilhas de longa distância, como a travessia Petrópolis-Teresópolis, o parque impressiona pelo visual imponente do Dedo de Deus. Com mais de 2.800 espécies de plantas catalogadas, abriga onças-pardas, bugios, e centenas de espécies de aves e anfíbios.
Outros estados também compõem a lista, como o Piauí, com o icônico Parque Nacional da Serra da Capivara, responsável por preservar sítios arqueológicos e pinturas rupestres, além da fauna típica da Caatinga, formações rochosas e cânions únicos. Já Goiás é representado pela Chapada dos Veadeiros, que atrai visitantes pelas trilhas, cachoeiras e paisagens do Cerrado. O Maranhão figura com os Lençóis Maranhenses, onde a vegetação nativa divide espaço com lagoas sazonais e dunas, habitat de aves migratórias.
Como visitar uma unidade de conservação?
Atualmente, vale lembrar que cada tipo de unidade de conservação tem uma finalidade e regras específicas de uso. No caso dos Parques Nacionais, o acesso é permitido ao público, mas de forma controlada, para minimizar os impactos ambientais. Além disso, eles permitem a realização de pesquisas científicas, educação ambiental e turismo ecológico.
Já as Florestas Nacionais têm um uso mais amplo: além da preservação, são voltadas ao manejo sustentável dos recursos naturais. É possível realizar atividades como trilhas, lazer ao ar livre e até manejo florestal. Um exemplo é a Floresta Nacional de Brasília (DF), por trás de mais de 52 mil buscas. O local protege nascentes do Cerrado, abriga espécies como onça, anta, veado, tamanduá-bandeira, macaco, tatu e oferece trilhas para caminhada, mountain bike, yoga e meditação.
Por fim, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) são as mais flexíveis entre as três. Elas permitem diversos usos como moradia, turismo e produção local, desde que respeitem a conservação ambiental. Um exemplo é a APA Tanquã / Rio Piracicaba, em São Paulo, conhecida como “Mini Pantanal Paulista”, que teve quase 48 mil buscas. A região atrai visitantes como onça-parda, o lobo-guará, a jaguatirica e o jacaré-de-papo-amarelo e oferece passeios de barco, trilhas e gastronomia típica com pratos à base de peixe.
É importante lembrar que esses espaços também abrigam comunidades humanas. Dados recentes do IBGE mostram que cerca de 5 milhões de brasileiros vivem dentro de áreas oficialmente protegidas, como unidades de conservação e Terras Indígenas. Ou seja, além de destinos turísticos, essas regiões são também territórios vivos e complexos, o que reforça a importância de práticas de visitação sustentáveis e respeitosas.
Metodologia
Inicialmente, a Bulbe Energia identificou um aumento nas buscas pelo termo “unidade de conservação” no Google Brasil nos últimos 12 meses. A partir disso, foram levantados os 12 tipos de unidades de conservação definidos pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza do Ministério do Meio Ambiente. Para cada categoria, analisaram-se os nomes mais associados às pesquisas dos usuários.
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