Uma resposta à Silvia Gabas.
É até difícil responder ou contra-argumentar com alguém que possa imaginar que hoje vivemos no Brasil uma ditadura e fica ainda pior, quando se tenta comparar com a ditadura militar sangrenta que vivemos, uma das piores da América Latina, entre 1964 a 1988. A primeira diferença não é percebida, só o fato da comparação já seria na ditadura militar motivo de busca, apreensão, isolamento, tortura, sumiço e até morte, só através de um simples julgamento de uns poucos militares que achavam que eram destinatários de poderes acima da lei, com certeza quem fez essa comparação não viveu esta época e não a estudou.
Comparar Rubens Paiva com Daniel Silveira é de uma ordem negacionista tão grande que é difícil qualificar a inteligência da pessoa responsável por tal comparação. Rubens Paiva foi morto por lutar pela democracia, Daniel Silveira foi preso, que assim fique, junto com outros, com os militares e com os que serão presos ainda, por atentar contra a democracia. Atentar contra a democracia é um ato contra a constituição, está definido como crime, e como tal, merece julgamento, acusação e prisão. E o Rubens Paiva o que ele teve? Julgamento, direito à defesa?
Saindo da esfera política, pois, a comparação se deveu nesse momento da glorificação da nossa atriz Fernanda Torres, eu pergunto: o que a extrema direita entende de arte? O que o governo deles fez em 4 anos pela arte do Brasil? Agora expressar sua extremidade ideológica para contrapor o maior prêmio que uma artista brasileira recebeu até hoje, também não passa de negacionismo, de falta de inteligência, ou ignorância e acima de tudo de preconceito. Porque o que eles têm, os da extrema direita, de mais marcante é o preconceito, que eu diria que é mais uma “dor de cotovelo” por não possuir características de cultura e inteligência à altura para elogiar a melhor atriz de todos os tempos, quis a ironia, que a melhor atriz de todos os tempos de fato, fosse a filha da melhor atriz de todos os tempos de direito.
Acredito na bondade e perdão de Deus e de Jesus Cristo, porém, acho que o Brasil não merece perdão. Muitas atrocidades com seres humanos nossos ancestrais fizeram e continuamos fazendo. Os nossos colonizadores escravizaram e mataram os nossos índios, os verdadeiros donos do Brasil, depois se tornaram os maiores traficantes de escravos negros do mundo e se não bastasse, foi a escravidão mais duradoura do planeta.
Tivemos a ditadura militar, onde centenas de pessoas foram capturadas, torturadas, sumidas e mortas.
E mais recentemente, no governo anterior, centenas de milhares de pessoas morreram na pandemia pela negligência do governo que subestimou a doença, fez pouco caso, debochou dos brasileiros, retardou a compra da vacina, negou a crise.
Tantos horrores causamos ao ser humano. Será que merecemos o perdão de Deus? Somos descendentes de pessoas medíocres, cruéis e estamos nos tornando iguais. Isso a sociologia e antropologia explicam, não poderia ser diferente, esse é o DNA da nossa elite desde a colonização. Então vou apelar ao Divino, devemos desencarnar e reencarnar várias vezes para a evolução do nosso espírito.
Voltando para a política não vejo benefício algum trazido por essa extrema direita que saiu do armário depois de dezenas de anos. São pessoas homofóbicas, racistas, fascistas, xenófobos, aporofóbicos…, tudo isso contra o ser humano, seu semelhante. Mais uma vez: merece perdão? Será que Hitler foi rapidamente aceito no Reino do Céu?
Por fim, dia 08 de janeiro de 2024, BRASILIA, diferente de 2 anos, terá manifestações de abraços à democracia, abraços às obras de artes destruídas, abraços as nossas instituições que tanta resiliência tem tido. Como apoio ao dia de hoje, recente pesquisa da Quaest apontou que 86% dos entrevistados são contra o que aconteceu há 2 anos. A consciência tomou conta da maioria do povo brasileiro. Infelizmente ou felizmente essa direita radical continua sendo a minoria. Viva o povo brasileiro!
Marcos Freitas Pereira
Natural de São Paulo, acumula mais de 40 anos de experiência no mercado. Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças e economista. Fundador e atual sócio da AM Investimentos e Participações que investe em clínicas médicas, turismo, gastronomia e lazer e entretenimento. Foi também fundador da WAM Brasil maior comercializadora de multipropriedade turismo imobiliário do mundo.
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