Por Marcos Freitas Pereira
Na semana passada prevaleceu o noticiário político em detrimento ao noticiário econômico. Na parte econômica, vale destacar a variação da bolsa de valores e do dólar. A Bolsa voltou a subir na última sexta feira, dia 18 de agosto, após 13 pregões de desvalorizações e o real desvalorizou frente ao dólar nesse período, de 01 a 18 de agosto. A Bolsa se desvalorizou 5,4%, porém, ainda com um ganho de 4,9% no ano de 2013; o real se desvalorizou 4,8% no mesmo período. A explicação da queda da bolsa e da desvalorização do real vem do front externo, a crise que se acentuou na Argentina na semana passada pressionando os investidores a retirarem dinheiro dos países emergentes e a alta da taxa de juros dos Estados Unidos, que pode ter sido a última alta, segundo o FED. Os dois fatores externos explicam a retirada de recursos estrangeiros da Bolsa de Valores do Brasil e em consequência a venda de reais no mercado de divisas, resultando na desvalorização da bolsa e na desvalorização do real frente ao dólar.
No Relatório Focus divulgado no dia 21 de agosto não houve grandes novidades nas projeções, a previsão do IPCA de 2023 elevou-se de 4,84% para 4,90%, mantendo as previsões para 2024, 2025 e 2026 em 3,86%, 3,50%, 3,50%, respectivamente. Essa pequena elevação da projeção de inflação para 2023 deveu-se também a fator externo, a alta do barril do petróleo que obrigou a Petrobrás elevar o valor do litro de combustível. As projeções da Taxa Selic continuaram as mesmas, 11,75%, 9,00%, 8,50% e 8,50% para os anos de 23, 24, 25 e 26, respectivamente. Para o crescimento do PIB, manteve-se a projeção de 2,29% para 2023, um pequeno aumento na projeção para 2024 de 1,30% para 1,33% e mantiveram-se as previsões para os anos de 25 e 26 de 1,90% e 2,00%, respectivamente. Com as previsões da Selic a taxa de juros reais da economia, calculada pelo autor, reduziu de 6,84% para 6,80% ao ano, em função do aumento da previsão de inflação para os próximos 12 meses de 4,13% para 4,17%.
Portanto, é importante que as oscilações dos indicadores econômicos da semana passada, bolsa de valores, cotação do dólar e aumento da projeção de inflação para 2023, devem-se basicamente a fatores externos, porém, fatores esses pontuais, pois as projeções indicam cenário favorável para 2023, 2024 e 2025, segundo estimativas do Banco Santander. O PIB no mundo deverá crescer 2,4%, 2,2% e 2,8%, no período; enquanto o PIB da China deve crescer 5,3%, 5,1% e 5,0%; o PIB dos EUA 1,8%, -0,1% e 1,8%; por último a taxa de juros dos EUA será de 5,5%, 4,0% e 2,5% com inflação de 3,8%, 2,5% e 2,0%.
Para finalizar, nesta semana o IBGE divulgará o índice IPCA-15, que é uma prévia do IPCA, indicador oficial da inflação. Com a divulgação teremos condições de ver o impacto da alta do combustível no indicador geral.
Marcos Freitas Pereira
Natural de São Paulo, acumula mais de 40 anos de experiência no mercado. Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças e economista. Fundador e atual sócio da AM Investimentos e Participações que investe em clínicas médicas, turismo, gastronomia e lazer e entretenimento. Foi também fundador da WAM Brasil maior comercializadora de multipropriedade turismo imobiliário do mundo.