O aumento do papel da mulher no empreendedorismo é um fenômeno notável no Brasil. Apesar de representarem mais de 51% da população do país e 49,3% da força de trabalho, as mulheres ainda estão sub-representadas no mundo dos negócios. No entanto, de acordo com o Sebrae, com base em dados do IBGE, o percentual de empreendedoras em relação ao total de negócios chegou a 34% em 2022, totalizando mais de 10 milhões de mulheres donas de seus próprios negócios.
No Brasil, as mulheres têm conquistado um espaço significativo no empreendedorismo, refletindo um movimento de superação de desafios e barreiras históricas. De acordo com dados do Sebrae, as empresas de propriedade feminina representam apenas 34% de todos os negócios no país, dos quais somente 27% possuem funcionários. Esse cenário revela que, embora haja um avanço na participação feminina no mundo dos negócios, ainda existem obstáculos a serem superados.
Uma das principais questões enfrentadas pelas empreendedoras é a falta de apoio na gestão de seus negócios. Segundo dados do Sebrae, nove em cada 10 empreendedoras comandam suas empresas sozinhas, o que destaca a necessidade de mais incentivos e suporte para o crescimento e desenvolvimento de suas atividades.
A pesquisa “Estatísticas de Gênero” do IBGE também aponta para outro desafio enfrentado pelas mulheres empreendedoras: a jornada múltipla. Muitas delas dedicam menos horas por semana ao negócio devido ao equilíbrio entre trabalho, cuidados com a casa e a família. Enquanto 40% das mulheres trabalham menos de 40 horas semanais em seus negócios, 36% dos homens conseguem dedicar mais de 40 horas por semana.
Apesar dos desafios, o crescimento do empreendedorismo feminino é uma realidade no Brasil. A CEO da marca Tapeto Atelier, Mona Diniz, é um exemplo desse movimento. A designer compartilha sua experiência como empreendedora e ressalta o desafio de acreditar que o que você faz é realmente diferente e vale a pena se tornar um negócio. Ela enfatiza a importância de superar a “síndrome da impostora”, um obstáculo comum entre as mulheres que questionam suas habilidades e competências.
“O primeiro desafio vem antes ainda de começar algo. É o de acreditar que o que você faz é realmente diferente e que vale ser um negócio. Vencer a síndrome da impostora”, comenta.
Sobre os desafios de expansão dos negócios, Mona destaca a necessidade de inovação e de enxergar o negócio com uma perspectiva ampla para identificar oportunidades de crescimento. Ela enfatiza que criar uma identidade própria para a marca é essencial para construir uma comunidade e uma base de clientes leais, destacando a importância da autenticidade e da personalidade no trabalho empreendedor.
“Empoderar uma marca envolve criar uma comunidade e uma base de clientes leais. Acho que quando criamos uma identidade própria, o cliente sabe o que vai encontrar. O trabalho tem personalidade e é autêntico”, explica.
O aumento do papel da mulher no empreendedorismo no Brasil é uma realidade promissora, com mais de 10 milhões de empreendedoras no país. No entanto, apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados, como a necessidade de maior apoio na gestão de negócios e a conciliação da jornada múltipla.