Por Marcelo Di Rezende
Diante do sem número de fatos explícitos que assistimos na realidade brasileira, apontando para a transgressão ética em massa e, consequentemente, o progressivo desrespeito às normas de moral e conduta, é consenso entre todos nós que urge a necessidade de um retorno aos princípios éticos em todas as camadas sociais.
É certo que, na atualidade, o papel da ética tem sido foco de significativas discussões nos meios acadêmico e profissional. Isto porque na sociedade contemporânea, tem se tornado comum, a exposição de condutas antiéticas, das diferentes áreas profissionais e do conhecimento.
O conjunto de deveres morais é a diretriz da conduta do sujeito na vida e na profissão que exerce, sendo que tal conjunto contribui para a conscientização profissional que deve ser composta de práticas que resultem em integridade, dignidade e probidade, de forma coerente para com o ordenamento jurídico vigente.
Pois bem, sintetizando, Ética então é o estudo geral do que certo ou errado, bom ou mal, justo e injusto, apropriado ou inapropriado. Assim, é possível a inferência do objetivo da Ética é a fundamentação de regras estabelecidas pela Moral e Direito, porém, é sabido que ela se diferencia de ambos, na medida em que não dita regras.
Contudo, pautando pelo retorno desta definição prática da ética em nossos dias, é possível afirmar que é de grande valia a recuperação do sentido efetivo da ética, enquanto instrumento indispensável da vida social, pois é dos fatos concretos instalados na sociedade que se originam os costumes e o próprio Direito.
A ética norteia a maneira de se comportar do ser humano incluindo tanto as esferas públicas e sociais, com as íntimas e subjetivas, determinando as obrigações na operacionalidade valorativa. Portanto, a ética não está limitada somente ao conjunto de juízos de valor, mas se sobressai imponente como código de disciplina apreendido obrigatoriamente, pela sociedade.
Por fim, o sujeito deve ansiar pela ética profissional em seu desempenho cotidiano, ressaltando a validade de sua adoção como código principal de vida, pois tanto ética, quanto moral, devem ser resguardadas propiciando crescimento profissional.
Além disso, é de crucial importância que o profissional do Direito, como agente transformador da sociedade, oriente o ser humano no sentido de uma vida digna amparada por princípios éticos.

Marcelo Di Rezende
Advogado, Mestre em Direito, Professor universitário de graduação e pós-graduação, Autor do livro A Aplicabilidade das Decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos no Brasil
Parabéns. Texto muito apropriado para a nossa atualidade repleta de falta de respeito e de reflexão rasa sobre os temas graves que afligem o nosso País. Dessa superficialidade, vem a transgressão ética em massa. Tudo é banalizado. Não ter ética, infelizmente , é normalidafe dos dias atuais.