A organização das finanças pessoais pode ser uma realidade distante para grande parte da sociedade. Alguns acreditam que não precisam de um controle ou que não tenham dinheiro suficiente para ser necessária uma consultoria; outros têm vontade, mas não sabem o que fazer ou como. Entretanto, mesmo para as pessoas que sabem lidar com as finanças pessoais, sempre é possível aprender mais sobre o assunto, já que a consultoria financeira não está necessariamente vinculada à quantidade de dinheiro ou à capacidade financeira de cada pessoa. A função principal de qualquer tipo de consultoria é estabelecer um modelo que seja construtivo e eficiente para cada um.
É o que acredita o gerente executivo de Controladoria e Projetos, Moacir Garcês, da empresa Smart Boss, que atua com consultoria financeira. Ele explica que, geralmente, as pessoas vêm o recurso como algo repentino, passageiro. E acabam tendo dificuldade na estruturação desse dinheiro. Na visão de Moacir, qualquer tipo de geração de valor deve ser visto como uma estruturação de capital, com viés orçamentário. De maneira prática, ele explica que é preciso ter metas de orçamento.
“Se alguém ganha R$ 1.000, tem despesas pessoais de R$ 400 e sobram R$ 600, pode ser feito um orçamento de até R$ 200 para gastar com lazer, e também é possível reservar uma quantia para gastos não esperados. Tudo isso, passa por uma lógica de estruturação, valores alocados de forma orçamentária: até quanto eu posso gastar? Se eu não gastar, o que eu vou fazer com esse recurso que sobrou? Vou alocar em outro tipo de despesa? Ou vou guardar para uma reserva para o próximo mês?”, exemplifica.
Segundo o gerente executivo, essa estruturação do dinheiro não costuma ser latente nas pessoas. “Quando o dinheiro entra, já é direcionado para pagamentos de valores que por algum motivo não foram sanados, gastos que não foram cumpridos e, consequentemente, vão continuar ali. Quando você tira de um lugar para tapar o outro, esse lugar vai ficar descoberto. Vira uma bola de neve. Quando a pessoa vai tentar reverter, é praticamente impossível”, ressalta.
Progresso financeiro
Sobre a possibilidade de progresso financeiro, Moacir afirma que o termo é bastante relativo, pois para algumas pessoas acumular dinheiro, bens, capital, significa progresso. Para outras, este advém da excelência profissional, do movimento evolutivo na profissão. Mas em ambos casos, seria indicado seguir um planejamento, um controle prévio.
“Para acumular dinheiro você precisa ter uma mentalidade de investimento, tomar o dinheiro como um bem de capital e, de certa forma, fazer com que esse dinheiro vire seu ‘escravo’, como se ele trabalhasse para você. O que conseguir gerar dele, você vai investir. No viés de desenvolvimento profissional, você aplica o dinheiro em um curso, por exemplo, para que de alguma forma evolua tecnicamente. Independentemente do que a pessoa vai definir como progresso, é preciso passar por uma matriz de organização. E não enxergar o recurso apenas como dinheiro, mas como um agregador de valor, dar um movimento sinérgico na engrenagem financeira, o bem de capital, de fato”, relata.
Quando devo usar minhas economias?
Para chegar ao ponto de usar as economias, Moacir orienta que previamente é importante entender em que momento deve-se começar a poupar, a fazer uma reserva. E, para isso, seria preciso passar por um planejamento, por definição de metas e objetivos. “Exemplo: eu tenho um plano de comprar um carro e já defini um momento em que eu vou iniciar a guardar esse recurso. Então, tenho uma metodologia, prazos estipulados e metas de guardar esse valor. Vou estender esse planejamento no tempo e quando chegar o momento estipulado, vou conseguir comprar esse veículo. Mas o que geralmente ocorre é que a pessoa quer comprar o veículo, mas não tem a disciplina financeira para guardar o valor. Aí, inverte as coisas: faz um financiamento, paga juros, tem despesas financeiras etc. Acaba trazendo esse objetivo para o presente e, ao invés de poupar, paga uma despesa financeira atrelada, vinculada ao capital que utilizou para comprar o bem”, demonstra.
O gerente executivo da Smart Boss reconhece que as escolhas financeiras podem ser ligadas à urgência de situações, à definição de objetivos, mas que quando surgir qualquer tipo de dúvida de como usar a economia, é importante verificar qual foi o objetivo de utilizar esse montante, do porquê daquilo. “Tão importante quanto definir em que momento usar, é relevante definir quando eu vou começar a construir a reserva”, ressalta.
Sobre investimentos, Moacir reforça que é preciso definir metas e planejamento de longo prazo. “É preciso deixar bem latente na cabeça das pessoas que o dinheiro ou qualquer tipo de recurso deve ser considerado como um meio, não o objetivo, o meio em que você vai realizar sua meta. Primeira coisa, entender o que é o valor, como recurso, como gerador de capital, agregador de valor, de fato, e o segundo definir meta, tempo, de como vou querer que esse recurso vá me remunerar”, orienta.
Quero saber mais sobre finanças pessoais
No dia 14 de janeiro, o Instituto Foco de Pós-Graduação (IFPG) promove o workshop “Finanças Pessoais – Saiba como organizar e controlar melhor suas finanças”, das 8h às 12h. O professor do IFPG e gerente executivo de Controladoria e Projetos da Smart Boss, Moacir Garcês, será o palestrante. Informações para inscrição nos telefones (62) 99476-0074/ (62) 3926-1826. As vagas são limitadas.