O número de fusões e aquisições realizadas pelo setor de agronegócio diminuiu 28,57% nos seis primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo intervalo de 2024. De janeiro a junho, foram realizadas cinco operações contra sete, respectivamente, considerando os segmentos de açúcar/etanol e fertilizantes. O estudo é feito trimestralmente pela KPMG com 43 setores da economia.
Dentro da indústria de agronegócio, fertilizantes tiveram quatro operações nos dois trimestres deste ano, uma queda de 20% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram feitos cinco negócios. Já açúcar e álcool registraram uma transação no semestre, contra duas no mesmo intervalo, um recuo de 50%.
“O setor de agronegócios apresentou uma leve queda no número de operações neste primeiro semestre. Esse recuo reflete um ambiente marcado pela cautela dos investidores, impactado por desafios macroeconômicos e pelo atual patamar elevado das taxas de juros, que limitaram os investimentos no segmento. Apesar da queda observada, o agronegócio mantém seu perfil atrativo para investidores, especialmente devido ao seu papel vital na produção de alimentos numa perspectiva global, no aumento da sua eficiência operacional e no avanço dos padrões de sustentabilidade que estão sendo aplicados”, analisa o sócio da KPMG, Alan Riddell.
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Já com relação ao tipo de operação realizada, das cinco concretizadas de janeiro a junho, deste ano, quatro envolveram estrangeiros adquirindo capital de companhia estabelecida no País (tipo CB1) e uma foi de empresa de capital brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior (tipo CB2).
Brasil: queda de 5% e maior participação estrangeira
As empresas brasileiras realizaram 739 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano. Esse número representa uma queda de quase cerca de 5% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram concretizados 776 negócios. O estudo apontou ainda que houve um aumento na quantidade de transações em que investidores estrangeiros compram empresas brasileiras. No primeiro semestre deste ano, foram 199 operações contra 178, no intervalo equivalente de 2024, um acréscimo de quase 12%. O mesmo movimento aconteceu nas operações em que organizações brasileiras adquiriram outra estabelecida no exterior, passando de 47, nos primeiros meses do ano passado, para 58 este ano (23%).
“De forma geral, o cenário de fusões e aquisições permaneceu estável, apesar de questões globais geopolíticas e fiscais no mercado interno. E esses dois tipos de negociações sustentaram o número de transações realizadas este semestre. Por outro lado, as operações domésticas, envolvendo apenas investidores brasileiros, tiveram uma queda, apontando que o mercado interno sofreu uma pequena retração no período, ocasionado pelas altas de juros e discussões fiscais”, finaliza Paulo Guilherme Coimbra.
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