Utilizar dados existentes na empresa para projetar o futuro. Parece óbvio, mas essa é uma forte tendência entre as empresas em 2025, através de modelos matemáticos, algoritmos avançados e business intelligence (BI). Especialista em estratégia, tecnologia e transformação digital, o professor doutorando Lacier Dias, fundador e CEO da B4Data, explica que a chamada futurologia é uma corrente teórica que aplica ferramentas práticas para entender as empresas e ajudar a projetar os próximos passos, contribuindo para a tomada de decisões, desde comprar mais insumos, manter um estoque ou mudar o marketing e a estratégia comercial.
“Através da futurologia, é possível estudar os dados estatísticos de custo de aquisição, estoque, logística, impostos e vendas realizadas por uma empresa e estudar a previsão de tendências no ambiente do negócio, utilizando métodos científicos, desde a matemática aos dados analíticos”, ressalta Lacier. De acordo com o especialista, ao se debruçar sobre os dados da empresa e de mercado, é possível entender e compreender os padrões de comportamento do consumo, dos clientes, o que ajudar a planejar o futuro. “As empresas têm um grande ativo, que são os dados. Com isso, dá para antecipar comportamentos e tendências de consumo.”
Lacier defende que as empresas que conseguirem implantar ferramentas de “futurologia” através de plataformas de análises de dados, conseguirão estar na frente de seus concorrentes, oferecendo experiências ultrapersonalizadas aos clientes ou, até mesmo, comprando o estoque necessário para ofertarem preços agressivos. “Os algoritmos preditivos ajudam a calibrar melhor os negócios, o processo de compra e venda, ou gerar previsibilidade de receita. É usar a estatística e modelagem matemática para poder criar esse tipo de cenário no qual o empresário melhora a sua tomada de decisão”, ressalta o especialista.
Um dos exemplos é justamente o estoque. Ao analisar os dados de compra e venda, o empresário consegue preparar melhor seu estoque, calibrando o processo de compra e, assim, tendo margem para brigar pelo cliente através do preço. Entretanto, Lacier destaca que a ciência complementa a execução estratégica. “Os dados apontam o caminho, mas é preciso ação para fazer a diferença”, afirma. Para ele, tão importante quanto prever tendências é garantir que todas as engrenagens do negócio, como marketing, logística, exposição dos produtos e experiência do cliente, estejam preparadas para agir rapidamente. “Quando o empresário consegue alinhar tecnologia, pessoas e processo, ele não apenas antecipa o futuro, ele o constrói. E esse é o verdadeiro poder dos dados nos negócios.”
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