Por Leo Moreira
Uma geração é caracterizada por indivíduos nascidos em um mesmo tempo cronológico, fazendo com que esses indivíduos compartilhem um mesmo processo histórico, pois, há potencialidade de que eles presenciem os mesmos acontecimentos, vivenciem experiências e processem esses acontecimentos ou experiências de forma semelhante. (Colet; Mozzato, 2019).
A dinâmica do mercado de trabalho está em constante metamorfose e a transição da Geração X para a Geração Z reflete mudanças notáveis de paradigma. Enquanto a Geração X, muitas vezes caracterizada por sua busca por estabilidade e lealdade corporativa (Tulgan, 2015), consolidou estruturas de carreira tradicionais, a Geração Z emerge com um conjunto distinto de valores e expectativas, moldadas por um mundo cada vez mais digital e interconectado (Twenge, 2017).
Ao abordarmos a Geração Z, deve-se destacar a importância da conscientização sobre saúde emocional e o impacto positivo destas ações nos resultados do negócio, ressaltando ainda que, o uso dos canais de comunicação digital, como redes sociais, plataformas online que compartilham histórias de sucesso, depoimentos e práticas, pode evidenciar o compromisso da empresa com o bem-estar nos ambientes de trabalho. Além disso, outra característica em destaque, refere-se à flexibilidade no trabalho, ambientes inclusivos e programas de apoio psicológico como elementos atrativos para essa geração, que valoriza a autenticidade, propósito e um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.
O novo enredo organizacional destaca o papel dos líderes na promoção do equilíbrio e saúde mental, priorizando performances de liderança empáticas e comunicativas. Para tanto, ressalta-se que eles devem criar um ambiente aberto, incentivando o diálogo sobre questões de qualidade de vida do trabalhador, assim como a adoção de práticas inclusivas e flexíveis, impactando positivamente o bem-estar das equipes, em especial da geração Z.
O interesse em aprofundar sobre a importância de uma cultura organizacional com conceitos que garantam bem-estar dos talentos humanos da geração Z, vem das mesmas pessoas que fazem a organização funcionar e que estão nela diariamente. É importante começar pela jornada de um colaborador dentro das organizações, tais como os membros das equipes, sob um olhar crítico e compreensível dos gestores e líderes, sobre como eles estão atingindo, tais como os objetivos esperados, contribuindo assim para um conceito corporativo de satisfação e retenção natural de profissionais. Fato é que o equilíbrio emocional se tornou peça chave para que o clima da organização fique imune das influências negativas, tanto internas quanto externas.
Cabe salientar que, as medidas adotadas para controlar e combater os riscos à saúde humana impostas pela pandemia da COVID-19 ajudaram ampliar o alcance do redimensionamento espaço- temporal em razão dos desafios impostos a todos os envolvidos, tendo em vista que para muitos a vida pessoal e profissional simplesmente confundiu-se. Certamente que cada pessoa foi afetada em graus diferenciados em relação aos seus familiares e colegas de profissão, e em muitos casos precisaram rever o sentido e significado do trabalho, colocando em prova sua capacidade de regular suas emoções.
Enfim, ao compreender e adaptar estratégias de gestão, as empresas podem transformar os desafios apresentados pela geração Z face à geração X, em oportunidades para inovação, crescimento, sucesso sustentável e gerando propostas de valor que agreguem sobretudo, o equilíbrio emocional preservado em ambas as gerações.
Leo Moreira
Empresário e professor, mestre em Gestão de RH e inteligência de Negócios, MBA em controladoria e finanças, MBA em Gestão Empresarial, MBA em Gestão Empresarial e Serviços. Cursou técnicas de negociação na Harvard University (EUA) e Gestão de riscos e tomadas de decisões na Chicago University (EUA). Diretor e 1º vice presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Goiás – SEAC-GO.