Por Max Schaefer e Melina Lobo
Quando o assunto é Governança tendemos a imaginar empresas muito grandes, bolsa de valores, CVM e multinacionais, mas na pequena e média empresa, seja familiar ou não também é possível implementarmos uma governança saldável e que apoie o empresário nas melhores decisões.
Estar em um ambiente de Governança traz uma segurança do ponto de vista de gestão e estratégia que pode levar seu negócio a novos patamares, assim como preservar seu capital de investimento, pois o cuidado com os números é parte fundamental de qualquer negócio.
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas. A Governança envolve os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle, além das demais partes interessadas, como colaboradores e a própria comunidade onde a empresa está inserida.
Um equívoco comum entre as pessoas é acreditar que a governança corporativa não está ao nosso alcance, pois exige custos elevados e um alto grau de complexidade. Errado!
Vamos desmistificar isso: governança não é burocracia, governança visa eficiência e longevidade da empresa, desejo comum para a maioria das empresas.
Qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte pode otimizar seus processos de produção ou prestação de serviços, pode alinhar as expectativas entre os sócios, desenvolver uma cultura de longo prazo, aprimorar a excelência no atendimento aos clientes e todas as demais competências que tornam as empresas um caso de sucesso.
Uma formação estruturada de Governança, com um Planejamento Estratégico acompanhado de diretrizes nas áreas financeiras, mercadológica, processos internos e gestão de pessoas formam um bases sólidas de gestão e acompanhamento do seu negócio.
Então, a governança corporativa, desenvolvendo esse conjunto eficiente de mecanismos, aprimora a confiabilidade de uma empresa, preserva e aumenta o valor da sociedade, facilita seu acesso ao capital e contribui para sua perenidade. Tudo isso alicerçado em seus quatro princípios.
O primeiro deles é a transparência, no sentido de que todas as decisões tomadas devem ser claras, desde o alinhamento entre os sócios e diretoria, até as expectativas em relação aos colaboradores e o impacto dessas decisões para os clientes e a comunidade. A transparência bem gerenciada aprimora a eficiência, gera maior atratividade para os investidores, fidelização de clientes de acordo com o propósito da empresa e, por consequência, maior longevidade do negócio. Importante observar que transparência não é ingenuidade e, dessa forma, sempre haverá uma assimetria da informação a ser gerenciada, ou seja, informações certas para pessoas adequadas e o sigilo do negócio preservado.
O segundo princípio é a prestação de contas pelo qual os agentes de governança, sejam os sócios, diretoria ou conselho de administração devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões. Também envolve a questão de que um sócio deve prestar contas para o outro sócio, fortalecendo o princípio anterior da transparência e gerando, os dois princípios juntos, a base que fortalece toda e qualquer sociedade: a confiança.
A equidade é o terceiro princípio e se caracteriza pelo tratamento justo de todos os sócios e demais partes interessadas (colaboradores, fornecedores, clientes e comunidade), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas. Equidade não é igualdade, é isonomia, justiça, é olhar cada um com suas particularidades e levá-las em consideração.
O último princípio é a responsabilidade corporativa pelo qual a empresa é incentivada a desenvolver suas estratégias de curto, médio e longo prazo, bem como seus impactos perante as partes interessadas, sejam elas os próprios sócios, colaboradores, fornecedores e a comunidade em que está inserida.
As boas práticas da governança corporativa colaboram com a sustentabilidade e longevidade da empresa, pois refletir sobre esses princípios e sua efetivação auxilia a identificar oportunidades e antecipar-se a possíveis cenários desfavoráveis.
Então, quando falamos de negócio esses princípios juntamente com a conexão de propósito empresarial, visão de onde se quer chegar, e respeitando os valores adquiridos na cultura organizacional formam um ambiente promissor de aumento de resultados para todos. Afinal, a maioria das pessoas gosta de trabalhar com gente organizada e eficiente!
Max Schaefer
Especialista em estratégia empresarial e Diretor da Smart Boss
Melina Lobo
Conselheira independente e especialista em Governança Corporativa e familiar