O Colóquio de Institutos Históricos Estaduais, criado há 11 anos pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) para valorizar a diversidade das experiências regionais do Sistema Nacional de Institutos Históricos na construção do Brasil, ocorre pela primeira vez fora da capital do Rio de Janeiro. A Casa Rosada de Goiânia, sede do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) recebe, nos dias 30 e 31 de outubro, a oitava edição do encontro. O evento tem como tema “Dom Pedro II e o Brasil: 200 anos”.
A sede do IHGB é no Rio de Janeiro, por isso, todas os seus eventos são no local. O IHGG se tornar o primeiro Instituto estadual a recepcionar o colóquio é um reconhecimento ao papel da unidade goiana na inovação da gestão cultural e na dinamicidade de suas atividades.
O VIII Colóquio de Institutos Históricos Estaduais terá oito mesas-redondas para a apresentação de 22 estudos técnicos. Cada estado que possui o próprio Instituto Histórico Geográfico selecionou um representante. Por Goiás, o historiador Nilson Jaim (vice-presidente do IHGG) apresentará o estudo “Letras, cores e sons do Segundo Reinado: a construção da identidade nacional”. Sua síntese contrasta a imagem de uma sociedade perfeita —cultivada pela elite imperial—com a realidade de um país imerso escravidão e na desigualdade. Segundo o estudo, essa disparidade, permeada por abolicionistas e conspiradores, influenciou fundamentalmente para a formação da identidade nacional que ainda nos rege.
A abertura solene do evento, às 9 horas, conta com um recital musical a cargo da pianista, presidente da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás e integrante do IHGG, Andréa Luísa Teixeira, e do violonista Felipe Valoz, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). Mais tarde, às 20h, a programação cultural segue com um show do cantor goiano João Caetano. no Teatro Goiânia. As mesas estão previstas para começar às 10 horas.
Na quinta-feira, 30, além das apresentações de estudos, a programação também inclui visita às instalações e exposições do IHGG (14h); reunião dos IHGs (17h) e inauguração da iluminação natalina da Casa Rosada (18h). Na sexta, 31, haverá lançamento de livros (8h).
Memória brasileira
O IHGB foi criado em 21 de outubro de 1838, por iniciativa do marechal Raimundo José da Cunha Matos e do cônego Januário da Cunha Barbosa. Os principais objetivos eram formar uma identidade nacional, registrar documentos sobre a história e geografia do Brasil, identificar fronteiras e criar uma narrativa histórica unificadora para o País recém-independente. A criação da instituição se deu no contexto do período regencial, buscando fortalecer o Estado imperial.
O IHGB teve três reuniões em 1838, ano em que foi criado: em 19 de agosto aprovaram, em assembleia da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, a proposta de sua criação, apresentada em sessão realizada no dia anterior pelo cônego Barbosa e pelo marechal Cunha Matos; em 21 de outubro, em Assembleia Geral, realizada em sala do Museu Nacional, sob a presidência do marechal Francisco Cordeiro da Silva Torres, os 27 sócios fundadores declararam fundado o IHGB e elegeram, para servirem interinamente, até a aprovação dos Estatutos: presidente, o Visconde de São Leopoldo; 1º Secretário – o cônego Januário da Cunha Barbosa, e 2º Secretário, o dr. Emílio Joaquim da Silva Maia; e em 1º de dezembro, a primeira sessão ordinária do IHGB, que aprovou a proposta de oferecer ao imperador Pedro II o título de protetor da instituição.
Os 27 associados fundadores eram letrados, políticos, servidores de estado, militares, desembargadores, professores e um padre. Em sua fundação, o IHGB definiu como uma de suas principais missões a reunião de documentos da história e geografia do Brasil, constituindo uma das mais significativas e variadas brasilianas do país. Para a gestão da Coleção IHGB, foram criados o Arquivo, a Biblioteca e o Museu, como setores técnicos da instituição. Ao longo de sua história, o IHGB segue atualizando a sua missão de pensar o Brasil e reunir documentos da história e geografia do Brasil.
Com a impossibilidade de presença do presidente Victorino Coutinho Chermont de Miranda, o VIII Colóquio de Institutos Históricos Estaduais será aberto pelo vice-presidente, professor Paulo Knauss de Mendonça, doutor em História (UFF,1998) e pós-doutor pela Universidade de Estrasburgo, França (2006).
O acadêmico desenvolve pesquisas sobre as relações entre arte, imagem e cultura visual, bem como história, memória e patrimônio cultural. Sócio titular e atual vice-presidente do IHGB, é sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, sócio correspondente de outras entidades congêneres, e membro do Comitê Brasileiro de História da Arte e da Academia Brasileira de Arte.
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