Rondonópolis Empresas (MT) – Nesta semana, a Federação das indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) debateu sobre o aumento considerável nos preços dos insumos, por conta da escassez, que em muitos setores preocupam as empresas mato-grossenses, principalmente aquelas que possuem contratos antigos, seja na iniciativa privada ou com o poder público.
De acordo com o presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, a pandemia do coronavírus, que obrigou muitas empresas a readequarem o quadro de pessoal e reduzir capacidade instalada, juntamente com a oscilação cambial, puxando o dólar para cima, provocaram a alta nos preços de produtos que são insumos da indústria brasileira.
“O custo da nossa indústria já é alto se comparado aos concorrentes dos mesmos setores no mundo, além disso um quarto da nossa riqueza é destruída em ineficiência. Por isso, a busca de solução para esse problema é um dos assuntos mais importantes para os empresários”, disse Gustavo, durante a abertura da webinar “Reequilíbrio de Contratos – o preço dos insumos explodiu. E agora?” O evento foi realizado pela Fiemt, na quinta-feira (08/10), pelo Youtube, com participação de especialista em contratos.
Para o advogado Carlos Perlin, essa atual alta nos preços dos insumos se deve a causas imprevisíveis e por isso cabe reanálise contratual.
“A oscilação nos preços, como a que está acontecendo no momento, afeta diretamente nos contratos já compactuados, por isso cabe uma revisão, com o partilhamento dessas novas despesas”.
Ainda segundo o advogado, isso deve ser feito por meio de comprovações que mostram o desequilíbrio econômico. No momento, os setores mais afetados com a escassez e aumento nos preços dos insumos são a construção civil, com o cimento, tijolo, cano PVC, e na alimentação, o arroz está entre os itens que mais subiram de preço num curto período de tempo.
Outro ponto abordado durante o encontro, foi feito pelo advogado Felipe Florêncio, que falou sobre os contratos rodoviários, já quem em Mato Groso existem várias obras públicas com contratos antigos, que para serem concluídos precisarão da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro.
“Paralisar o serviço não é o melhor caminho, o ideal é solicitar uma revisão formal, relatar todos os novos fatos que estão impactando o cumprimento contratual e a realização das obras sem prejuízo para nenhuma das partes.”