O planeta vem registrando sucessivos recordes de temperatura por causa das mudanças climáticas e deve fechar 2024 como o ano mais quente já registrado, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), instituição ligada ao governo dos Estados Unidos. O problema é ainda mais nítido diante do alerta feito neste ano pela Organização das Nações Unidas (ONU) de que a temperatura média do planeta pode aumentar 3ºC até o final do século XXI, o dobro do que foi definido pelo Acordo de Paris, em 2015.
Levando em consideração esse cenário, as entidades apontam que se tornam cada vez mais importantes e urgentes a adoção de iniciativas sustentáveis e a preservação do meio ambiente. As ações nesse sentido podem vir de diversos locais e Goiás tem se destacado perante outros estados do Brasil, já que ficou em terceiro lugar em sustentabilidade ambiental no Ranking de Competitividade dos Estados de 2024, subindo três posições em relação ao ano anterior.
Realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o levantamento aponta que um dos destaques foi o resultado de Goiás na categoria de recuperação de áreas degradadas, em que avançou 11 posições. Além desta, o estado melhorou em categorias como velocidade do desmatamento e ficou estável em quesitos como tratamento de esgoto. O resultado é celebrado por investidores como Emanoel Camargo, que defende que o esforço para ações mais sustentáveis deve passar não apenas pelo poder público, mas também pelo setor privado.
“O avanço de Goiás em sustentabilidade ambiental é um marco e demonstra o engajamento do estado em práticas sustentáveis como conservação de recursos naturais e manejo adequado de resíduos. Nesse sentido, iniciativas privadas têm papel fundamental, pois, ao adotarem ações sustentáveis, elevam a qualidade de vida dos locais onde atuam e do estado como um todo, demonstrando que o crescimento urbano pode e deve andar de mãos dadas com o bem-estar social e a preservação ambiental”, ressalta Camargo.
Isso pode ser verificado em levantamentos como o Índice de Progresso Social (IPS), que mede a qualidade de vida da população com base em quesitos como acesso à rede de água e saneamento básico, alimentação, moradia e qualidade do meio ambiente. Em 2024, Catalão ficou na quarta posição dentre as cidades goianas, conquista que reflete o trabalho conjunto entre o poder público e o setor privado, conforme avalia Camargo.
“O poder público tem investido em infraestrutura, educação e segurança, pilares que são fundamentais para esse resultado. Mas, o setor privado também acaba desempenhando um papel de relevância, pois empreendimentos que priorizam acessibilidade, eficiência energética e preservação ambiental contribuem para essa melhoria contínua da qualidade de vida”, afirma. O investidor é CEO da GO Urbanismo, que, junto com Cabral Empreendimentos, GPL e Gama Engenharia e Participações, está à frente de um bairro de Catalão que é um dos exemplos de adoção de diversas ações sustentáveis, o Reserva Catalunha.
Iniciativas
Dentre vários tipos de iniciativas sustentáveis que podem ser adotadas, Emanoel Camargo aponta os do novo bairro de Catalão, que traz benefícios para toda a população, por ser aberto. “A iluminação em LED reduz o consumo de energia, as galerias de águas pluviais possibilitam o escoamento adequado das chuvas, a implantação de ciclovias e faixas de pedestre incentivam o uso de transportes alternativos, o plantio de árvores contribui para a redução do calor urbano e os espaços de convivência ao ar livre estimulam o contato com a natureza”, indica.
A consultora ambiental da Semear, empresa responsável pela gestão ambiental do Reserva Catalunha, Mayara Tristão, reitera como a sustentabilidade é o foco desde o início do projeto. “O bairro tem o intuito de assegurar o desenvolvimento sustentável, que contempla três pilares: ambiental, social e econômico. O projeto foi desenvolvido para harmonizar espaços verdes com infraestrutura urbana, a partir do conceito de novo urbanismo, impactando diretamente na qualidade de vida da população. Já a economia de Catalão é afetada pelo empreendimento de várias formas, inclusive com geração de empregos diretos e indiretos”, afirma.
Além de empregos gerados na construção do bairro, o projeto prevê a destinação de uma parcela da área para atividades comerciais e de prestação de serviços. Desta forma, mais empregos serão gerados, mesmo após o lançamento de todas as etapas do empreendimento, contribuindo para o desenvolvimento da região. Nesse contexto, a sustentabilidade também é contemplada, já que o trânsito é otimizado, pois os moradores do local são incentivados a consumir produtos e serviços perto de suas residências.
Áreas verdes
Uma das principais ações sustentáveis que devem ser foco do poder público e do setor privado é o esforço em relação à preservação e aumento de cobertura vegetal, como reforça Emanoel Camargo. “É muito importante promover ações para ampliação de áreas verdes urbanas, a exemplo do parque linear de mais de 50 mil metros quadrados chamado Parque Catalunha, que foi integrado ao projeto do novo bairro de Catalão para promover sustentabilidade, bem-estar e lazer”, salienta o investidor.
Para a consultora ambiental Mayara Tristão, “o projeto urbanístico do Reserva Catalunha contempla a preservação ambiental de maneira que estabelece um novo conceito habitacional para Catalão”. Ela detalha as ações adotadas para o enriquecimento ambiental da área, como plantio de espécies nativas, execução de curvas de nível e terraceamento para proteção dos recursos hídricos, controle dos passivos ambientais pré-existentes, cercamento e manutenção das Áreas de Preservação Permanente e gerenciamento dos resíduos sólidos.
Além disso, o novo bairro de Catalão prevê um reservatório para abastecimento hídrico, com capacidade para 1 milhão de litros de água. O empreendimento está engajado ainda com outras práticas ecológicas que promovem qualidade de vida e integração comunitária. Um dos exemplos é a parceria com a Virada Ambiental, evento realizado anualmente pela Secretaria de Meio Ambiente de Catalão para plantio de mudas, em celebração ao Dia Estadual da Conscientização Ambiental.
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