Falta menos de um mês para o fim do prazo de entrega da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física 2025. Quem não cumprir o prazo legal está sujeito à multa por atraso e pode ter o CPF classificado como “pendente de regularização”. Em Goiás, mais de 46% dos contribuintes — cerca de 700 mil pessoas — já prestaram contas com o fisco. A expectativa é de que 1,5 milhão de goianos entreguem a declaração. Em todo o Brasil, são esperadas 46,2 milhões de declarações. Até a primeira semana de maio, no entanto, apenas 19,6 milhões haviam sido entregues, o equivalente a pouco mais de 42%.
Quem ainda não declarou pode ter a chance de receber a restituição já nos primeiros lotes, cujo pagamento começa em 30 de maio. “A ordem de prioridade permanece semelhante à do ano anterior. Optar pela declaração pré-preenchida e escolher a restituição via Pix garante prioridade logo após os grupos legalmente prioritários, como idosos e pessoas com deficiência”, explica a presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO), Sucena Hummel. Ela destaca: “Quanto maior a antecedência, maiores as chances de garantir o dinheiro de volta mais cedo”.
A Receita Federal divide o pagamento das restituições em cinco lotes: o primeiro será liberado em 30 de maio, mesmo dia em que termina o prazo para entrega das declarações; o segundo, em 30 de junho; o terceiro, em 31 de julho; o quarto, em 29 de agosto; e o quinto e último, em 30 de setembro. A presidente do CRCGO lembra que a ordem de pagamento obedece a critérios legais: têm prioridade idosos acima de 80 anos, idosos acima de 60 anos, pessoas com deficiência ou doenças graves, e profissionais do magistério. Em Goiás, até o momento, 74,1% dos declarantes têm imposto a restituir, enquanto 13,3% têm imposto a pagar, segundo dados da Receita Federal, atualizados no dia 5 de maio.
Saiba como evitar a malha fina
Vários fatores podem levar o contribuinte a cair na malha fina. Entre os principais motivos estão inconsistências na declaração, como valores incorretos, rendimentos omitidos, informações equivocadas ou indícios de fraude. A Receita Federal cruza os dados fornecidos pelos contribuintes com informações repassadas por instituições financeiras, empresas e órgãos públicos.
Qualquer dado incorreto — seja por erro acidental, intencional ou cometido por terceiros — pode resultar na retenção da declaração. Sucena Hummel alerta que essas falhas podem ter consequências sérias, inclusive judiciais.
“A Receita disponibiliza diversas ferramentas para facilitar a entrega, como o aplicativo Meu Imposto de Renda, que permite acesso a múltiplos exercícios e à declaração pré-preenchida. O acesso é feito pela página da Receita, pelo e-CAC ou pelo gov.br, com conta de nível ouro ou prata”, explica.
Sucena destaca ainda que a Receita tem até cinco anos para validar a declaração, por meio do cruzamento de dados. “Após essa análise, a declaração pode ser selecionada para uma verificação mais detalhada. Se forem encontradas inconsistências e o contribuinte não fizer a correção, a multa pode chegar a 75% do imposto devido, acrescida da variação da Selic. Em casos de fraude, há risco de processo por crime tributário”, alerta.
A orientação da presidente do CRCGO é clara: o contribuinte deve estar atento na hora de preencher a declaração e manter toda a documentação guardada. “É preciso ter todos os comprovantes que embasam a declaração. Por isso, reforço sempre: guarde as notas fiscais, informes de rendimentos bancários, comprovantes de remuneração, compra e venda de imóveis, veículos, entre outros, por pelo menos cinco anos. Você vai precisar de provas para esclarecer qualquer questionamento da Receita”, aconselha.
Cair na malha fina pode levar à irregularidade do CPF. Com o documento irregular, o contribuinte fica impedido de assumir cargos públicos, tirar passaporte, contratar empréstimos ou abrir contas bancárias. Sendo assim, a recomendação é sempre: busque o auxílio de um profissional da contabilidade e evite transtornos no momento de declarar.
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