O Brasil produz cerca de 800 milhões de toneladas de resíduos orgânicos por ano, o que equivale a 2,2 milhões de toneladas por dia, segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Desse total, apenas uma pequena fração, menos de 2%, é destinada adequadamente, de acordo com a Embrapa.
A grande maioria desses resíduos, aproximadamente 780 milhões de toneladas, é descartada em aterros sanitários, onde se misturam com outros tipos de lixo, o que traz sérios problemas para o meio ambiente. O acúmulo de matéria orgânica nos aterros sanitários gera gases de efeito estufa e chorume, um líquido tóxico que contamina o solo, a água e a atmosfera.
Uma maneira de destinar esses resíduos orgânicos de forma que contribui para o meio ambiente é por meio da compostagem. O processo, que transforma o lixo orgânico em adubo natural e evita a emissão de gás metano, um dos principais causadores do efeito estufa, proveniente da decomposição do lixo orgânico, já vem sendo adotado por condomínios, famílias e até algumas empresas conectadas com as causas ambientais.
Em Goiânia, um exemplo é a Localiza Urbanismo. A empresa possui em sua sede 33 colaboradores e disponibiliza uma copa. Como a maioria faz as suas refeições na empresa, sendo o almoço o maior recolhimento de resíduos orgânicos, que totalizam dois baldes de 15 litros cada de resíduos orgânicos por semana.

Desde novembro de 2024, ela passou a destiná-los à compostagem, através do Projeto Vivá, clube de assinatura que busca conectar seus associados às práticas sustentáveis através da compostagem. Semanalmente, o projeto busca o volume e, em contrapartida, a empresa ganha um quilo de adubo e sementes para plantio por mês, que são utilizados nas dependências da empresa.
“Acreditamos que a compostagem é uma forma importante de reduzir o impacto ambiental e promover a sustentabilidade, além de inspirar os nossos colaboradores e outras empresas a darem a sua contribuição”, destaca a analista de recursos humanos (RH) da empresa, Laura Helena Longo.
Conforme a auxiliar de serviços gerais Adriana Ferreira de Sousa, a empresa conta com lixeiras separadas para recicláveis e não recicláveis, o que facilita na coleta. “Usamos recipientes específicos para restos de comida e outros para casca de banana, borra de café, casca de ovo, etc. Temos placas indicativas e os colaboradores já estão acostumados com a separação”, disse ela.
Adriana ressalta que, ao separar os orgânicos, é possível perceber a quantidade de impurezas que é descartada quando não se recicla. “Ao invés de descartar tudo como lixo, podemos compostar e utilizar os restos de comida, cascas de frutas e pó de café para adubar as plantas”, destaca.
Reciclagem
Além da compostagem, a empresa goiana também mantém desde setembro de 2023 o programa de reciclagem Localiza Recicla, que dá a destinação adequada para seus próprios resíduos e também de seus colaboradores, que podem levar itens recicláveis de casa para o trabalho.
Para isso, a empresa faz a manutenção de um container em sua sede administrativa, no Jardim Europa, em Goiânia, para armazenar e segregar os resíduos sólidos e materiais recicláveis. As coletas dos recicláveis e rejeitos são realizadas quinzenalmente pela Cooperativa Beija-Flor, que beneficia cerca de 20 famílias.
______
LEITORES ESTRATÉGICOS
Participem do canal STG NEWS – o portal de notícias sobre estratégia, negócios e carreira da Região Centro-Oeste: https://x.gd/O20wi