Campo Grande Empresas (MS) – Os investimentos das mineradoras em exploração, ampliação e prospecção em Mato Grosso do Sul deverão superar R$ 5 bilhões nos próximos dois anos. A estimativa é da Secretaria de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro) com base em dados obtidos junto as empresas minerais de agregados, ferro, manganês, cobre, calcários, fosfatos, rochas ornamentais, água mineral e reminerilizadores (usado como fertilizantes, e de suma importância para uma agricultura sustentável).
O secretário Executivo da MS Mineral, Eduardo Pereira destaca que o Governo está muito confiante nos investimentos das mineradoras existentes e as novas empresas que estão chegando.
“No Estado, estas empresas podem injetar US$ 1 bilhão no período de 2022 a 2024. Um deles o antigo Complexo Centro Oeste a Vale, que produziu em média 2,7 milhões de toneladas/ano, e agora controlada pelo Fundo J&F, poderá aumentar a extração deste mineral para 3,5 milhões já no primeiro ano, para atender o aumento da demanda nacional e internacional”, afirmou.
Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), até julho no Estado foram emitidas 72 requisições de pesquisa, 21 Alvarás de Pesquisas e 10 requerimentos de licenciamento até maio/2022.
O secretário de Produção Jaime Verruck está bastante otimista com o avanço no segmento. “Estamos muito confiantes nestes investimentos. Temos a maior reserva de manganês do País, a 2ª maior reserva de calcários e a 3ª maior reserva de ferro de alto teor. Isso atrai investimentos nacional e internacional” afirmou.
Ele destaca ainda que aliado a este potencial mineral, o Estado está situado no coração da América do Sul, em posição estratégica de logística e com grandes projetos em andamento nos modais de transporte. “Estamos em parceria com o Paraguai, Argentina e Chile na construção da Rota Bioceânica, que vai encurtar o caminho para a Ásia em 15 dias. Temos investido muito na logística, construindo novas rodovias, portos e estamos reorganizando o sistema ferroviário, o que nos tornará muito competitivos no mercado nacional e internacional, diz Verruck.
No País, os investimentos da indústria de mineração deverão somar US$ 40,44 bilhões no período de 2022 a 2026, estimou o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). O montante para o quinquênio, divulgado pela primeira vez, indica uma queda de quase US$ 900 milhões na comparação com a projeção de investimentos para o período de 2021/2025, conforme dados do IBRAM.
Segundo o Geólogo Luís Antônio Vessani, Diretor do IBRAM e CEO da Edem Mineração, instituto que representa as mineradoras que atuam no Brasil, a maior parte dos investimentos, ou 54%, é referente a aportes que ainda estão programados, enquanto 46% do montante se refere a projetos já em execução. Pouco mais de 10% dos investimentos são em projetos socioambientais para o quinquênio.
Minério de Ferro – O Estado detém a terceira maior reserva de minério de ferro de alto teor do Brasil nos municípios de Corumbá e Ladário. Com isso os investimentos em minério de ferro, produto que lidera os aportes financeiros no Brasil e em Mato Grosso do Sul estão estimados em aproximadamente em US$ 450 milhões, sendo US$ 400 milhões em projetos novos e ampliação das estruturas existentes e R$ 50 milhões em pesquisas e prospecção de novas áreas mineralizadas. Hoje atuam no Estado as empresas: Vale (J&F), Vetorial, 3ª Mining e MPP Mineração
Minério de Manganês – O MS tem a maior reserva do Brasil em manganês de alto teor acima de 44%, nos municípios de Corumbá e Ladário. Hoje temos a Vale que suspendeu as operações de manganês, mais que a nova Controladora da Vale Centro Oeste, a J&F deverá voltar a explorar e pesquisar novas áreas mineralizadas dentro de seus requerimentos. As empresas MPP Mineração e 3A Mining vão pesquisar em seus requerimentos também o manganês no Morro Tromba dos Macacos e no Morro do Rabicho, investimentos previstos de US$ 50 milhões para pesquisas (geofísica e sondagens) e extração do mineral.
Cobre – Atualmente o Estado conta com vários requerimentos na região de Porto Murtinho, que juntos somam mais de 15 mil hectares de áreas a serem prospectadas e pesquisadas nos Terrenos de Domínio Rio Apa, investimentos aproximados de US$ 30 milhões.
Rochas Ornamentais – O setor tem várias empresas com requerimento de pesquisas e outras já explorando mármores, quartzitos e granitos, nos municípios de Porto Murtinho, Bonito, Bodoquena, Miranda, Ladário e Corumbá, investimentos em pesquisas, Instalações e extração de US$ 100 milhões.
Fosfato – Na Serra da Bodoquena o MS conta com jazimentos de Fosfato com teores médio de 12% a 18%, com investimentos iniciais na ordem de US$ 50 milhões em prospecção, pesquisas, extração e ampliação de estruturas existentes. Existem atualmente mais de 100 mil hectares de áreas sendo pesquisadas e a pesquisar, nos municípios de Miranda, Bodoquena e Bonito, temos mais de 80 milhões de toneladas de Fosfato medida nas jazidas da empresa E2 Mineração Ltda. (Edem Mineração), que tornam o Estado autossuficiente neste fertilizante.
Calcários Calcíticos e Dolomiticos – O Estado tem a segunda maior reserva de Calcário do Brasil, de suma importância para o agronegócio sul mato-grossense, e abriga também duas fabricas em operação da indústria cimenteira (Bodoquena e Corumbá), e uma outra planta industrial em processo de investimento no município de Bela Vista. Investimentos da ordem de US$ 180 milhões;
Agregados da Construção Civil – Argila, Areia, Cascalho e Brita têm vários projetos em estruturação, com investimentos em pesquisas, prospecção e extração na ordem de US$ 10 milhões.
Água mineral – Nas cidades de Itaquirai e Bela Vista, há duas novas empresas em instalação de extração, envasamento e distribuição de Agua Mineral, com investimentos de US$ de 5 milhões.
Reminerilizadores – São rochas silicáticas moídas que quando adicionados ao solo, podem melhorar as propriedades físicas e biológicas do solo. E são usadas na agricultura, silvicultura e na pecuária, temos vários projetos sendo estruturados e remodelados para atender a demanda dos produtores por um produto sustentável, investimentos previstos em prospecção, pesquisa e extração, na ordem de US$ 130 milhões, nos municípios de Dourados, Terenos, Inocência e São Gabriel do Oeste.