Por Leo Moreira
Uma sociedade globalizada, influenciada e propensa ao compartilhamento das informações e rotinas profissionais, sociais e familiares, exige das pessoas mais “atenção e foco” e, obviamente, submetem essas mesmas pessoas a condições que demandam mais estímulos e necessidades de atividades cognitivas permanentes e intensas, porém, quando tudo isso não é trabalhado de forma coordenada, os riscos relacionados aos desequilíbrios emocionais e mentais são reais e avassaladores.
Cabe lembrar que, a pandemia da COVID-19 influenciou o universo corporativo a partir do momento em que impôs as pessoas que avaliassem radicalmente suas rotinas e hábitos profissionais, ao ponto de confundirem os interesses profissionais com os relacionamentos e os conceitos de ordens pessoais, e com isso, no desenrolar dos fatos, o mercado de trabalho se deparou com níveis preocupantes de pessoas diagnosticadas com depressão e outros males ligados a saúde cognitiva e emocional. Uma das razões que justificou esse cenário, se referiu a falta de preparo das estruturas organizacionais em lidarem com fatores ligados as pessoas em si, bem como, por atribuírem novos desafios aos líderes, que passaram a conduzirem seus liderados, não somente em face aos objetivos, metas e parâmetros profissionais, como também a lidarem com assuntos e fatores de ordem pessoal de terceiros.
Dessa forma, denotou-se a importância dos profissionais nas áreas de gestão pessoas e recursos humanos, ao debaterem nas empresas as necessidades evidentes por consolidações de culturas organizacionais mais humanizadas, e deixarem mais transparentes a todos os envolvidos nos processos que, a posição em que os líderes ocupavam, lhe exigiam competências e habilidades capazes de motivarem suas equipes proativamente e claro, da forma mais natural possível, estarem aptas e capazes de separarem as emoções negativas que pudessem comprometer os ânimos e a confiança mútua das partes.
Entretanto, por mais que os fatos sejam ainda muito recentes, vivemos num momento em que pessoas estão mais preocupadas em rever conceitos, reestabelecer a saúde emocional e tocar seus projetos pessoais e profissionais sem deixarem a tona qualquer tipo de trauma ou prejuízos causados por esse período de incertezas e acontecimentos tristes para toda a humanidade.
Trazendo o conteúdo ainda mais para o ambiente profissional, ou seja, a “cultura organizacional do mundo coorporativo”, a pandemia não só deixou estragados em termos de manutenção de emprego e renda, mas foi responsável para que as relações profissionais e os ambientes corporativos das empresas se reinventassem e estabelecessem novos desafios para as pessoas.
Porém, durante todos estes processos de mudanças estruturais, uma “peça” nessa engrenagem foi determinante na habilidade de definir soluções e caminhos mais apropriados para os negócios, ou seja, o talento humano e sua capacidade de “criar” naturalmente sem a influência decisiva dos métodos e algoritmos, cujos bancos de dados são trabalhados por inteligência artificial.
O “novo normal” evidenciou temas que há tempos vinham sendo debatidos e estudados por especialistas em saúde, medicina do trabalho e recursos humanos e como tinham quer ser, reforçaram obviamente que, o maiores “ativos” das empresas são as “pessoas” e tais ativos devem ser trabalhados e valorizados com méritos e muito respeito.
A saúde emocional do colaborador sob a ótica de “uma cultura organizacional mais humanizada” é imprescindível para a manutenção da produtividade e o bem-estar nos ambientes de negócios, e esse “novo normal” submeteu os talentos humanos as novas situações, onde lembro novamente que o convívio familiar e profissional se confundiram em várias ocasiões. O “home office” e/ou trabalho híbrido se consolidaram e tornaram-se mais importantes de uma forma jamais esperada, e óbvio lembremos ainda que essas modalidades foram adotadas, em sua grande maioria, sem planejamento prévio ou qualquer desenho das tarefas e atividades para execução à distância e o preparo dos profissionais para a realização delas. (BORGES; GONDIM. 2020)
Repito, a pandemia não criou isso, a pandemia só antecipou mudanças organizacionais que antes eram trabalhadas como modelos inovadores e excepcionais.
Enfim, desmistificando o tema como sendo apenas um “modismo”, e após esses acontecimentos, muito se tem falado sobre a importância da cultura organizacional como um posicionamento orgânico dos ambientes das empresas, de forma mais ampla e com níveis de compreensão que possam melhorar diretamente os seus resultados, não apenas das próprias pessoas, como também dos objetivos e metas nas ambições micro ou macro econômicas.
Vejamos cenas dos próximos capítulos, e provavelmente já estejamos convictos que o mercado irá continuar demandando por talentos mais engajados e com maiores clarezas dos seus papéis nas culturas organizacionais das empresas.
Leo Moreira
Empresário e professor, mestre em Gestão de RH e inteligência de Negócios, MBA em controladoria e finanças, MBA em Gestão Empresarial, MBA em Gestão Empresarial e Serviços. Cursou técnicas de negociação na Harvard University (EUA) e Gestão de riscos e tomadas de decisões na Chicago University (EUA). Diretor e 1º vice presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Goiás – SEAC-GO.
Grande Léo, maravilhoso nesse artigo.
Ele me fez voltar a alguns atrás, de quando trabalhava no Banco do Estado de Goiás e depois Banco Itaú. Antes de ser Gerente Geral eu fui selecionado através de um concurso interno a AGENTE MULTIPLICADOR, que consistia em fazer vários cursos e participar de várias palestras em São Paulo, Rio e Brasília, depois repassava aos nosso colaboradores de Goiânia e interiores.
Dentre os cursos fiz de Técnicas de Chefia, Liderança, mobilização e potencialização, mas o que eu gostei mais foi o de Planejamento estratégico .
Maravilhoso esse artigo.
Parabéns,Um tríplice e fraternal abraço.