O processamento da cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil na temporada 2023/24 (que começará em abril) deve ficar em torno de 597 milhões de toneladas, estima a trading britânica Czarnikow. Em relatório, a analista Ana Zancaner afirmou que as chuvas na região foram acima da média histórica neste primeiro trimestre do ano, algo que só havia ocorrido em 2016.
“Isso é positivo para o desenvolvimento da cana, o que significa que esperamos altas produtividades agrícolas e alta disponibilidade de cana”, ressaltou.
A trading espera que o rendimento agrícola aumente 7% nesta temporada, chegando a quase 79 toneladas de cana por hectare (TCH). Caso se cumpra, este seria o maior TCH desde a safra 2020/21, quando o Centro-Sul do País moeu 605 milhões de toneladas de cana. Com a maior disponibilidade da matéria-prima, a Czarnikow prevê que a região produzirá 37,6 milhões de toneladas de açúcar no ciclo 2023/24, a segunda maior produção já registrada na história. A estimativa é de maximização da produção de açúcar em relação ao etanol, com mix açucareiro de 47,5% nesta safra, o maior desde 2011.
Apesar da oferta maior de açúcar brasileiro, Zancaner ressalta que isso não significa que o mundo verá adoçante disponível antes do quarto trimestre de 2023. “A logística do Centro-Sul brasileiro será um problema nesta temporada, devido às safras recordes de grãos”, ressaltou a analista, lembrando que mais de 80% do açúcar é exportado pelo porto de Santos, que divide o espaço com milho e soja. “Estimamos que as exportações mensais de açúcar serão limitadas a 2,6 milhões de toneladas”, concluiu.