Rondonópolis Empresas (MT) – O Projeto de Confinamento de Bovino de Corte que está sendo executado pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), recebeu a visita de pecuaristas de Mato Grosso e de outros quatro estados do Brasil. Os locais vistados foram as propriedades rurais nos municípios de Guarantã do Norte, Matupá e Terra Nova do Norte.
O Médico veterinário da Empaer e responsável pelo projeto, Jair de Alburquerque Siqueira, mostrou a tecnologia de confinamento para engordar o gado com menos tempo para o abate, em torno de 90 dias. O evento foi realizado nos dias 14 e 15 (segunda e terça-feira), com visitas em cinco propriedades.
O projeto de confinamento elaborado pela empresa tem tido um alcance em nível estadual, nacional e até internacional, com a procura por informações sobre a atividade. A afirmação é da diretora da Empaer, Selma Morais. Segundo ela, os pecuaristas dos Estados de Rondônia, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia receberam a tecnologia que está sendo aplicada em Mato Grosso. “Essa é a política da Empaer, fomentar ações que venham de encontro com as necessidades do produtor rural”, salienta Selma.
O Projeto é voltado para o pequeno e médio produtor, e dentre as vantagens do confinamento está a redução da área necessária para a produção. Em apenas um hectare podem ser confinados até mil animais, somente com ração balanceada. Além de evitar o desmatamento com a abertura de novos pastos e piquetes, contribui também para a geração de empregos diretos e indiretos.
“Com um plantel de 20 cabeças de bovinos, dependendo do peso de entrada, do sexo, da qualidade genética e da alimentação fornecida, o produtor poderá ter, em apenas um ano, até 100 animais terminados. E a expectativa é de retirar os animais do confinamento antes do tempo previsto, ou seja, em apenas 90 dias, com maior rendimento de carcaça e acabamento”, afirma Siqueira, que complementa: “Os animais confinados ganham em média cinco arrobas e estão prontos para o abate com o peso médio de 17 arrobas”, enfatiza.
A atividade ser sustentável, com o tratamento de todo o esterco produzido pelo animal e a não contaminação do solo, foi o que chamou a atenção do produtor rural do Estado do Rio de Janeiro, Gustavo Mendonça. “Esse projeto pode ser executado em pequenas propriedades e com retorno financeiro para o investidor. É muito provável que estarei implantando esse sistema de confinamento em minha propriedade”, ressalta.
Para a pecuarista Maíra Miranda, da cidade de Teixeira de Freitas, do Estado da Bahia, após a visita, ela explica que vão fazer adaptações principalmente com a utilização do milho. “No Mato Grosso o milho chega na porta do produtor, com preços mais acessíveis. Na Bahia, precisamos pagar mais pelo frete. Muito interessante e pretendemos implantar em nosso Estado”, esclarece.
Entender a nutrição do animal com o ganho de peso em menos tempo e a produção de carne o ano todo, até mesmo no período de seca, foi um dos pontos importantes para o produtor de Rondônia, Natan de Souza Silva.
De acordo com o projeto, na alimentação dos animais está sendo utilizado capim para a produção do volumoso. O milho verde é usado para produção de silagem e como mais uma alternativa de alimentação no período de estiagem. Os animais recebem também ração balanceada e a previsão de consumo é de quatro a seis quilos por animal ao dia.
Com o intuito de ampliar o ramo de atividade e conhecer de perto o confinamento de bovinos, o educador Jonathan Sicchieri, do Estado de São Paulo conta que antes da visita ele acreditava que confinamento era uma atividade praticada somente por grandes produtores e nas propriedades rurais percebeu que o pequeno produtor pode confinar animais e obter rentabilidade. “O projeto da Empaer está bem consolidado e promove bons resultados, vou levar essa experiência para o meu Estado”, comenta.
Os produtores interessados no confinamento receberam orientações desde a elaboração do projeto até a montagem de toda a estrutura, que inclui a construção dos galpões de confinamento, da fábrica de rações, inclusive com piso de concreto e cobertura, além de máquinas, equipamentos, alimentação, entre outros, explica Siqueira.
Propriedades visitadas
As propriedades visitadas foram em Guarantã do Norte, no Sítio Pais e Filhos, do produtor rural Orides Borges Vieira, e na Fazenda São Matheus, de Almir Matheus. Em Matupá, Fazenda Duas Nascentes, do produtor Arnaldo Freiberger, e Fazenda Nossa Senhora Aparecida, de Antenor Cardoso. Em Terra Nova do Norte, Fazenda Madrid da produtora Neli Pinto Alves.