Campo Grande Empresas (MS) – Pelo quarto mês consecutivo, Mato Grosso do Sul registrou saldo positivo na geração de empregos formais em abril de 2021. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem, no mês passado, o saldo de empregos ficou positivo em 4.309 vagas, resultado de 21.078 admissões e 16.769 demissões.
Em abril do ano passado, MS registrou o pior resultado do ano, com saldo de -8.244 demissões.
Nos quatro primeiros meses do ano, o Estado registrou 91.070 contratações e 70.918 desligamentos, resultando em saldo de 20.152 postos formais. De janeiro a abril de 2020, o resultado entre admissões e demissões ficou negativo em 696 vagas.
“Podemos considerar esse saldo como positivo, até porque ele sinaliza que nós estamos tendo algum tipo de reação na economia, ainda que aquém do esperado”, explica a economista Daniela Dias.
Para o doutor em economia Michel Constantino há uma confiança maior no mercado. “O fluxo de emprego apresentado pelo Caged é o resultado da melhora da economia. Quando a recuperação econômica está acontecendo, as empresas contratam mais, e isso mostra uma maior confiança no mercado, e as expectativas para o futuro são positivas”, analisa.
SERVIÇOS
Entre os grupos de atividades econômicas monitoradas, o setor de serviços foi responsável por 39,52% das 4.309 vagas no mês passado. Com 8.083 admissões e 6.380 desligamentos, resultando em 1.703 postos de trabalho.
No quadrimestre, sozinho o segmento é responsável por 46,35% dos empregos formais criados no Estado. De janeiro a abril, o saldo ficou positivo em 9.342 vagas, com 36.105 contratações ante 26.763 demissões.
Os economistas apontam que a boa atuação do setor deu-se por fatores como a redução das medidas de restrições e o empreendedorismo.
“Foi o setor mais impactado negativamente pela crise sanitária da Covid-19, e com o aumento da vacinação, diminuição das restrições e adaptação das empresas para atender de forma segura os consumidores, seja presencial, seja digital, o setor volta a crescer e aumentar o número de contratações”, contextualiza Constantino.
Daniela ressalta que, desde o ano passado, os serviços têm apresentando os melhores resultados e muito disso se deve do fato de que as pessoas precisaram se reinventar.
“Seja por uma outra fonte de renda, seja até mesmo uma oportunidade de negócio ou de uma expertise existente. Outra influência foi o relaxamento das medidas de restrições justamente porque as pessoas são movidas por expectativas”, avalia.
EMPREENDEDORISMO
O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, afirma que o resultado do Caged mostra que a economia tem se ajustado aos novos tempos de pandemia.
“O setor de serviços tem sido o mais evidente. Das 4.309 novas vagas abertas em abril, 1.703 foram nesse setor, no qual também temos observado uma grande abertura de novas empresas. Quando nós estratificamos o setor de serviços, observamos o crescimento de quase 400 vagas na área de saúde e vemos que a área de transportes tem se intensificado bastante em função da mudança do perfil, inclusive da distribuição de produtos no Estado”, comenta.
Segundo dados da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems), de janeiro a abril de 2021, foram abertas 3.088 novas empresas em Mato Grosso do Sul, dessas, 1.981 (64,09%) são do setor de serviços, 966 (31,25%) do comércio e 144 (4,66%) da indústria.
“Tivemos aumento do número de constituições de empresas frente ao fechamento de estabelecimentos. Muitas aberturas de MEIs [microempreendedores individuais] como uma alternativa de renda. E tudo isso tem contribuído para que tenhamos um saldo positivo de empregos. Ainda é um cenário muito volátil, então qualquer variável pode interferir”, conclui Daniela.
OUTRAS ATIVIDADES
Em termos de ranking nacional de geração de novos empregos formais, o Estado ficou em 9º na criação de novas vagas no mês de abril. Além dos serviços, tiveram bom desempenho a indústria (873), a agropecuária (692), o comércio (644) e a construção (397).
“A gente sempre considera importante o crescimento das contratações na indústria e na agropecuária. Mato Grosso do Sul tem apresentado taxas de crescimento acima do nacional, e isso decorre da política de desenvolvimento, da safra recorde, de expansão da agricultura e da consolidação da indústria. Vemos que as ações de política pública têm sido favoráveis ao crescimento, mesmo frente às condições que a pandemia tem apresentado”, acrescenta Verruck.
No quadrimestre, todos os setores analisados ficaram com saldo positivo na geração de empregos. O comércio gerou 4.048 vagas das 20.152, seguido da agropecuária (2.752), da indústria (2.479) e da construção (1.531).