*Por Helen Brito
O conceito de economia circular tem ganhado destaque como um fator fundamental para promover a sustentabilidade. Esse modelo econômico busca não apenas minimizar resíduos e seus impactos, como também maximizar o valor dos recursos ao manter o uso prolongado de produtos, materiais e componentes de diferentes setores.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2022, o volume de resíduos eletrônicos alcançou a marca de 62 milhões de toneladas no quadro global. Entretanto, apenas cerca de 22,3% desse montante foi devidamente coletado e reciclado, o que equivale a aproximadamente R$ 309 bilhões em recursos naturais não aproveitados. Esta situação não só compromete a contabilidade desses recursos, mas também aumenta os riscos de poluição.
Com isso, dentro da indústria de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, a implementação da economia circular se torna fundamental. Essa abordagem tende a desconsiderar o modelo linear de “produzir, usar e descartar” e adotar práticas que valorizem a redução, reutilização e reciclagem desses produtos, minimizando assim os efeitos negativos ao meio ambiente.
Produtos obsoletos, muitas vezes descartados prematuramente, contribuem para a crescente montanha de resíduos, enquanto a extração de matérias-primas continua a exercer pressão sobre o meio ambiente. Ações ambientalmente conscientes são capazes de reduzir os impactos ambientais e oferecer oportunidades significativas para inovação e eficiência.
Estratégias para empresas:
- Design sustentável: desenvolvimento de designs de produtos com foco na facilitação da desmontagem, reciclagem e padronização na produção.
- Serviços de reparo: oferta de assistência técnica, reparos e reposição de peças para prolongar a vida útil dos produtos.
- Responsabilidade do fabricante: promoção da responsabilidade do fabricante ao longo do ciclo de vida do produto.
- Infraestrutura sustentável: investimento em infraestrutura para a correta disposição de componentes naturais, visando a sustentabilidade.
Ações para consumidores:
- Consumo consciente: adoção do consumo consciente, favorecendo produtos com alta durabilidade e provenientes de fornecedores que integram práticas ESG como parte fundamental de sua operação.
- Priorização de produtos reciclados: priorizar produtos que tenham passado por processos de reciclagem, contribuindo para reduzir a demanda por matéria-prima e promovendo a economia circular.
- Reciclagem domiciliar: engajamento na prática da reciclagem domiciliar, realizando a separação e descarte adequados dos resíduos para facilitar a logística reversa.
- Participação em programas de descarte responsável: participação ativa em programas de descarte responsável, utilizando pontos de recebimento especializados disponíveis para diferentes tipos de resíduos, como o da ABREE para eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
Essas práticas oferecem benefícios não apenas para o meio ambiente, mas também para a qualidade de vida humana, possibilitando a redução de resíduos, conservação de recursos naturais e prevenção da contaminação da água.
Além disso, tendem a promover, cada vez mais, a inovação entre as empresas, visando a competitividade no mercado global por meio da criação de propostas e ações sustentáveis. Investir na transição para a economia circular é uma escolha inteligente e responsável para o futuro de nosso planeta e de nossa economia.
*Helen Brito – Gerente Relações Institucionais da ABREE — Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos
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