Por Patrícia Faria
No mês de Setembro, ouvimos muito falar em Setembro Amarelo. Mas, por que Setembro e por que Amarelo?
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, no entanto, este índice aumenta a cada ano em diversas faixas etárias.
Um número total, alarmante. Segundo a OMS, são mais de 700 mil casos ao ano, como se a cada 40 segundos, uma pessoa tirasse sua vida em algum lugar do mundo. O objetivo do setembro Amarelo, é conscientizar as pessoas sobre possíveis sinais de ideações suicidas de alguém próximo.
Em 1994, um jovem americano de 17 anos, chamado Mike Emme, cometeu suicídio. E na época, foi um choque a todos seus familiares e amigos, visto que ninguém havia notado algum sinal de que Mike não estava bem. Era um jovem conhecido por ser carinhoso e ter uma habilidade com mecânica, tendo restaurado e pintado um Mustang 1968, sozinho. Ninguém notou a ausência de Mike em festas, ou seu silêncio e afastamento, talvez, um sorriso tímido.
A depressão, silenciosa e fatal, abalou sua saúde mental, onde em suas últimas forças, achou que seria melhor acabar com sua vida e acabar com o seu sofrimento. Em seu funeral, vários amigos, vizinhos e familiares, fizeram uma fitinha amarela, lembrando a cor do carro que Mike tanto se dedicou.
E a cor amarela, começou a representar uma campanha antissuicídio nos Estados Unidos e a partir de 2015, o CVV – Centro de Valorização à Vida, o CFM – Conselho federal de Medicina e a ABP- Associação Brasileira de Psiquiatria resolveram unir forças e criar uma campanha nacional, no mês de setembro, visto que dia 10, marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
A OMS ressalva que 90% dos casos de suicídios poderiam ser prevenidos com a ajuda correta. Quando uma pessoa decide acabar com sua vida, os seus pensamentos e ações se tornam restritivos, ela pensa constantemente no assunto e acredita que sua dor e sofrimento irão acabar ali e acabam se tornando incapazes de perceber outras maneiras de enfrentar e sair deste problema.
Por isso, é tão importante o trabalho e a conscientização nas empresas. É uma doença silenciosa, mas dá seus sinais. Quando a empresa e os colegas colaboram para o cuidado mútuo, ao bom clima e em garantir um ambiente saudável e de segurança psicológica ao colaborador, podemos minimizar estes riscos.
Manter a saúde mental e emocional do trabalhador é essencial para garantir não apenas a produtividade e o bem-estar, mas também para evitar problemas mais sérios, como o burnout, a ansiedade e a depressão. O ambiente corporativo pode ser desafiador, com demandas e prazos apertados, relações interpessoais e responsabilidades que muitas vezes provocam estresse e sobrecarga. No entanto, existem estratégias que podem ajudar a preservar o equilíbrio emocional e a saúde mental. Mas um trabalho de acompanhamento da área de gestão de pessoas e da liderança, pode obter grandes resultados.
Estimular o bem-estar da equipe, trazer pautas com estes assuntos a tona, oferecer ajuda com escuta, as vezes guiando a pessoa ao tratamento terapêutico e psiquiátrico estimulando e não recriminando esse processo de cuidado. Muitas pessoas têm receio de procurar ajuda e muitas vezes não sabem onde buscar. Pratique a comunicação aberta em que as pessoas não terão receio ou vergonha em acessar um líder para pedir ajuda.
Ofereça suporte profissional e emocional através de treinamentos e rodas de conversas, trate temas como autoconhecimento, inteligência emocional, saúde, mindfullness, estimule a busca pelo autocuidado e a importância da prática de exercícios físicos, que podem ser grandes aliados para uma cura. Estimule hobbies e quem sabe esportes em equipe. Seja genuíno, zele do seu bem mais ativo, das pessoas, pois com certeza bons resultados virão com a cultura do cuidado e bem estar da equipe. Equipes sadias, resultados e alta performance.
E lembrando, existe a campanha no mês de setembro, mas é um tema que deve ser lembrado e reforçado diariamente. Fique de olho, ao seu lado pode ter alguém precisando de ajuda, os sinais são sutis, por este motivo, seja sempre aberto e se disponha a ajudar.
Patrícia Faria
Psicóloga, sócia e diretora da Lure Consultoria. Especialista em Gestão de Pessoas, atuando há 20 anos na área, participando da implantação e desenvolvimento da área em grandes e médias empresas de Goiás.
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