A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o volume de serviços em Goiás registrou um aumento de 0,9% de maio para junho de 2024. Esse é o quinto mês consecutivo de crescimento no setor, mantendo uma sequência positiva no Estado.
Apesar do crescimento mensal, o desempenho do setor em Goiás foi estável em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2024, o avanço foi de apenas 0,1%, influenciado pela queda significativa de 5,6% registrada em março. No acumulado de 12 meses, o crescimento no volume de serviços foi de 3%, refletindo um crescimento mais consistente, embora moderado.
Cenário Nacional e Estadual
No cenário nacional, o volume de serviços apresentou uma recuperação mais significativa. Após uma retração de 0,4% em maio, o setor cresceu 1,7% em junho, alcançando o maior aumento desde dezembro de 2022. Segundo o IBGE, esse crescimento levou o volume de serviços a atingir um patamar recorde, 0,5% acima do pico anterior.
Já em Goiás, o crescimento do setor foi impulsionado por segmentos como:
• Serviços prestados às famílias: alta de 7,9%;
• Serviços de informação e comunicação: avanço de 9,9%;
• Outros serviços: crescimento expressivo de 15,6%.
Por outro lado, setores como Serviços profissionais, administrativos e complementares e Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram quedas de 3,9% cada.
Desafios no setor de serviços
Embora o setor de serviços mostre sinais de recuperação, empresários expressam preocupações sobre o futuro. Leo Moreira, CEO da Meta Serviços Especializados, destacou alguns dos principais desafios enfrentados pelo setor, como a falta de políticas públicas adequadas para fomentar o crescimento e a dificuldade de acesso a crédito.
“Como empreendedor do setor de serviços, a preocupação de muitos do setor produtivo está ligada às incertezas que deveriam ser analisadas, debatidas e eximidas pelo Setor Público, especialmente em relação às políticas de fomento e acesso a linhas de crédito. As taxas de juros simplesmente comprometem a viabilidade de qualquer projeto que demanda investimento financeiro por parte da iniciativa privada”, comentou Moreira.
Ele alerta para o risco de estagnação no setor, caso medidas concretas não sejam tomadas. “Se algo não for feito de forma clara e bem estruturada, acredito que o título da próxima matéria será: ‘Setor de serviços tem retração, fecha o acumulado no negativo e compromete o maior gerador de renda e emprego da economia brasileira’.”
Escassez de mão de obra e informalidade
Outro gargalo destacado por Moreira está relacionado à falta de mão de obra qualificada, um problema que afeta diretamente a capacidade das empresas de crescerem de forma sustentável. Ele observa que muitos profissionais têm migrado para o trabalho informal, especialmente em Goiás, devido às políticas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, que, segundo ele, criam uma “cultura de desestímulo ao trabalho formal”.
“As áreas com menor remuneração, como limpeza, jardinagem e serviços gerais, são as mais afetadas pela falta de mão de obra. Isso gera uma competição desleal entre empresas formalizadas e trabalhadores informais, dificultando ainda mais a geração de novas vagas”, afirmou o CEO.
Para enfrentar essa realidade, Moreira sugere uma reavaliação das políticas públicas, visando estimular a formalização do trabalho e a valorização da mão de obra. “É fundamental que o governo, as empresas e os trabalhadores atuem juntos para dinamizar o setor de serviços, investindo em qualificação, inovação e tecnologia. Só assim será possível aumentar a competitividade e impulsionar o desenvolvimento econômico do Estado de Goiás.”
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